A onda de calor no Brasil trouxe à tona a necessidade de criação de tecnologias que ofereçam mais conforto térmico para a população mundial, especialmente em um cenário de aquecimento global. O mundo parece estar atento e empenhado em atender a essa demanda, indicam as novidades do último Web Summit.
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O evento realizado em Portugal foi palco para apresentação de novidades como um revestimento feito com papel reciclado e biomassa à base de cogumelos que ajuda a manter ambientes frios. Também chamou atenção o ar-condicionado que resfria usando um sistema magnético.
O aumento gradativo das temperaturas do planeta tem feito com que essas invenções despertem a atenção de negócios em vários países. Das 2.608 startups de 93 nações presentes no evento, muitas têm como foco a tecnologia verde.
Parte das soluções apresentadas visam solucionar o impacto ambiental do próprio setor, como o sistema de refrigeração para data centers desenvolvido pela Therminer. “Basicamente, o que nós fazemos é recuperar o calor de sistemas de aquecimento. Nós estamos cortando esse custo em 90%”, diz o espanhol Gonzalo García Iranzo.
Revestimento de cogumelo
A Mykor, startup cofundada pela arquiteta britânica Olívia Page, foi uma das empresas presentes no Web Summit. Ela apresentou aos participantes um revestimento sustentável feito de papel reciclado e biomassa de cogumelos que promete manter a temperatura de casas e edifícios, melhorando a eficiência energética da construção civil.
“O que nós fazemos é produzir isolamento com base em resíduos da indústria de papel e em biomassa. O composto é muito parecido com uma espuma, que isola o ambiente termicamente, contra o calor e frio”, explica Page.
A arquiteta pontua que o revestimento também reduz o consumo de energia de ar-condicionado e aquecedores. A primeira fábrica da empresa, que tem um laboratório no Reino Unido, será inaugurada em Portugal em 2024.
Ar-condicionado magnético
Reduzir o consumo de energia e de gás também é o foco do alemão Timur Sirman, CEO da Magnotherm. A empresa criou um sistema de refrigeração com magnetismo, menos poluente, que demanda menos eletricidade e nada de gás para resfriar um ambiente.
“O material aquece quando é magnetizado e resfria quando é desmagnetizado. Então, ao invés de usar gás, como usado em ar-condicionado e em aquecedores, nós usamos metal. No fim do dia, você tem um sistema limpo e seguro, que usa apenas água em uma pressão”, detalha.
A climatechs, como são chamadas as startups que desenvolvem soluções para adaptação climática ou descarbonização, recebeu 6,3 milhões de euros de investimentos.