O sonho em ingressar em uma carreira pública é algo comum a milhões de brasileiros. A busca pela estabilidade financeira, o desejo em servir o público e possuir um salário fixo, livre de preocupações e demissões, é o que m202ais atrai as pessoas.
No entanto, a dedicação, o esforço, a disciplina, a perseverança e a resiliência são atitudes que devem estar presentes no percurso dos que almejam a conquista. Nem sempre a tão sonhada aprovação vem de forma rápida e, na maioria dos casos, a luta é árdua e cheia de obstáculos ao longo do percurso.
Porém, com muito afinco, a resposta é positiva e pode até ser em vários processos seletivos, o que possibilita ao candidato escolher qual se enquadre melhor em suas condições.
Para te inspirar no ano que se inicia e provar que é sim possível ver o nome no Diário Oficial, apresentamos 5 cases de sucesso de brasileiros que foram aprovados em concursos públicos.
Agora, prepare seu cronograma de estudos, acompanhe os concursos abertos pelo Edital Concursos Brasil e seja mais uma história de superação.
1. Mulher, negra, filha de ex-doméstica e costureira é aprovada em dez concursos públicos e hoje exerce o cargo de delegada da 6ª DP do DF
Mulher, negra, filha de ex-doméstica e costureira (atual enfermeira), abandonada pelo pai, Jane Klébia do Nascimento Silva, 56 anos, foi aprovada em dez concursos públicos e hoje é titular da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá).
Com origem pobre, o destino traçado até chegar a posição foi de muito suor.
Ao longo de sua trajetória, exerceu diferentes cargos no Distrito Federal, tais como secretária de Estado de Políticas para Crianças Adolescentes e Juventude, administradora de Sobradinho e chefe da controladoria jurídica da Companhia de Planejamento (Codeplan). Além disso, disputou as eleições de 2018 para deputada distrital.
No local de fala, a investigadora, mulher e negra, esbarrou com muito preconceito.
A sua mãe, abandonada pelo marido, trabalhou como doméstica e costureira para criar os dois filhos. Depois, conseguiu se formar em enfermagem e passou a trabalhar como enfermeira. Mas, ainda assim com dificuldades, Jane teve que morar com a avó por um tempo na Bahia.
Aos 10 anos, retornou a Sobradinho, onde foi criada e estudou em colégios públicos. Apaixonou-se por esportes e jogou na Seleção Brasília de Vôlei, competindo em torneios fora do Distrito Federal.
Entretanto, as obrigações de trabalhar interferiram no seu sonho.
Aos 16, foi trabalhar como atendente de papelaria e iniciou o curso de enfermagem. Com 18 anos, começou um emprego na ala pediátrica do Hospital Regional de Sobradinho e, logo após, na Oncologia do Hospital Universitário de Brasília (HUB).
Insatisfeita, cursou geografia no UniCEUB. No ano de 1992, formada, foi aprovada no concurso na Secretaria de Educação e passou a dar aulas em Samambaia. Descontente com a carreira de educadora, prestou concurso para a Polícia Civil, começando a trabalhar como agente em 1999.
Com o sonho de ser delegada, voltou aos livros e se formou em direito. Ao longo de dois anos, estudou oito horas por dia, de segunda a sexta-feira, finais de semana e feriados, até conseguir alcançar o objetivo.
Ainda, depois de assumir a função, passou a ministrar palestras em instituições de ensino e outras entidades, como é o caso Centro de Referência de Assistência Social (Cras).
O principal tema abordado é a violência contra as mulheres.
2. Estudante de engenharia de produção civil e portador de Síndrome de Asperger é aprovado em concurso de escriturário do Banco do Brasil, aos 24 anos
O graduando do 6° período de engenharia de produção civil e portador de Síndrome de Asperger, Hector Amaral, foi aprovado no concurso de escriturário do Banco do Brasil, aos 24 anos de idade.
A conquista, louvável a qualquer pessoa, foi ainda mais representativa a ele, por ter a sua capacidade subestimada mediante às condições do transtorno que atinge cerca de 3% da população.
Para o jovem, a dedicação aos estudos teve recompensa.
Ainda que com breve experiência na iniciativa privada, Hector teve dificuldades de adaptação, pelo fato dos ambientes não estarem preparados para receber um profissional com diferenças e especificidades. Diante disso, recebeu o incentivo da mãe, a grande inspiração, a se aplicar a diferentes concursos.
Sonhador, o garoto almeja uma carreira promissora, enfatizando que um dia irá se tornar engenheiro do Banco do Brasil.
Ao longo de suas tentativas, recusou algumas oportunidades, como o concurso da Infraero, por não considerar apenas o salário, mas como o espaço lhe fará psicologicamente.
3. Morador de rua é aprovado em concurso público de escriturário do Banco do Brasil, aos 27 anos
O ex-morador de rua, Ubirajara Gomes, foi aprovado no concurso público de escriturário do Banco do Brasil, aos 27 anos de idade. Para ele, a posse do cargo, em 2008, lhe colocou na condição de cidadão, o que não era ao estar desempregado e não ter uma casa para morar.
Ubirajara conquistou a aprovação em um concurso nacional disputado, com cerca de 240 mil candidatos inscritos em todo país. E do total de 150 questões, totalizou 116 acertos, resultando em sua classificação e posse na cidade de Recife (PE).
Desde os 15 anos de idade vivendo em situação de rua, ele nunca deixou de estudar. Frequentava a biblioteca diariamente, das 9 às 17h30. Tomava água e café para enganar a fome, ia para escola para garantir a única refeição, lavava roupa na praça e dormia nela também.
A aprovação foi o seu maior presente e um sinal de que nunca se deve desistir dos estudos.
4. Andarilho é aprovado em 1º lugar no concurso público da Prefeitura de Patos de Minas, para o cargo de coveiro
Em 2015, o andarilho Valter Fonseca dos Santos, de 41 anos, foi aprovado em 1º lugar no concurso público da Prefeitura de Patos de Minas, para o cargo de coveiro. E o seu primeiro salário já tinha destino – alugar uma casa para morar.
Aos 25 anos de idade, ele saiu de Ilhéus (BA) rumo a cidade mineira, em busca de melhores condições de vida. Porém, a falta de emprego e oportunidades acabaram o mantendo nas ruas.
Contudo, a princípio chegou a trabalhar em uma lavoura de tomates, só que logo a safra terminou. Assim, Valter teve que sobreviver fazendo “bicos” – olhava carros, atuava como servente e limpava quintais. Também, a falta de um endereço físico lhe causava dificuldades na busca de vagas.
Ao conhecer o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), o andarilho foi incentivado pela diretora de proteção social especial a fazer concursos públicos.
Mesmo que desacreditado, se inscreveu e começou a estudar com os materiais disponibilizados pela diretora.
Pelo menos quatro vezes no dia ele estudava, nos bancos da praça ou em qualquer lugar que estava. Não tardou e a sua aprovação foi certa.
5. Morador de abrigo público, cego de um olho e com visão parcial em outro é aprovado em 1º lugar no concurso público do governo de Minas Gerais, para a vaga de camareiro hospitalar
O morador de abrigo público, Cassimiro Gonçalves Neto, cego de um olho e com visão parcial em outro, foi aprovado em 1º lugar para a vaga de camareiro hospitalar, no concurso público do governo de Minas Gerais.
Além disso, passou no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para o curso de engenharia mecânica, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Aos 39 anos de idade, Cassimiro brigou com a família, terminou o noivado, perdeu o emprego e passou a residir em uma unidade de acolhimento de Belo Horizonte (MG). No local, retornou aos estudos, se matriculou no programa de Ensino de Jovens e Adultos (EJA) e finalizou o ensino médio.
Depois, resolveu fazer o Enem. Em todo seu tempo livre, ficava estudando na Biblioteca Pública Estadual Luis de Bessa, na Praça da Liberdade. O resultado logo veio, com as aprovações.
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Autora: Lidianne Porto