O presidente Jair Bolsonaro afirmou que vai vetar a prorrogação do auxílio emergencial caso o Congresso Nacional fixe o valor da quarta e quinta parcelas em R$ 600, em vez de aceitar a proposta de reduzir para R$ 300 como colocado pelo Executivo.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) atualmente defende que o valor pago no benefício continue sendo de R$ 600. “Na Câmara, por exemplo… vamos supor que chegue uma proposta de duas [parcelas] de R$ 300. Se a Câmara quiser passar para R$ 400, R$ 500 ou R$ 600. Qual vai ser a decisão minha? Pra que o Brasil não quebre? Se a gente pagar mais duas de R$ 600, vamos ter uma dívida cada vez mais impagável. É o veto”, declarou Bolsonaro.
De acordo com Bolsonaro, se o governo pagar mais duas parcelas de R$ 600 cada uma, isso vai gerar despesa extra no valor de R$ 100 bilhões para os cofres públicos. Ele afirmou que aumentar a quantia paga no benefício deve causar a subida da taxa Selic o que traz risco para a economia: “Se nós não tivermos cuidado, a Selic pode subir, volta a ser o paraíso dos rentistas, o Brasil, o que a gente chama de agiotagem legalizada’, falou.
Bolsonaro ainda acrescentou que se “A taxa de juros sobe, e cada vez mais o que nós produzirmos de riqueza vai pra pagar juros da dívida. Ou seja, e a desgraça vem aí. Se o Brasil quebrar, pessoal, não tem pra ninguém. Não tem pra ninguém”, declarou.
Propôs cortar salário dos deputados
Desde a semana passada, o valor das duas parcelas futuras do auxílio emergencial já é motivo de atrito entre Bolsonaro e Maia. Em entrevista, Rodrigo Maia defendeu que o governo mantivesse o valor de R$ 600 nas próximas parcelas.
Por sua vez, Bolsonaro, rebateu afirmando que aceitaria o valor se os deputados e senadores cortassem o valor dos próprios salários: ” Se tivermos um programa para diminuir o salário do parlamentar, a metade, grande parte do salário desses parlamentares ser usado para pagar isso aí, tudo bem”, disse a autoridade do Executivo.
O auxílio emergencial foi criado no mês de abril para ajudar trabalhadores informais, desempregados e famílias mais afetadas pela pandemia causada pelo novo coronavírus.
No início da crise, a previsão era que o pagamento durasse até três parcelas de R$ 600, contudo, com o prolongamento da pandemia, a equipe econômica refez os cálculos e prevê pagar a quarta e quinta parcelas, mas na metade do valor pago atualmente, a proposta é de R$ 300.
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