Começaram nessa semana os depósitos do saque emergencial do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) a trabalhadores de contas ativas (emprego atual) e inativas (emprego antigo). O valor é de até R$ 1,045,00. Dadas as liberações, muitos beneficiários pensam em utilizar o dinheiro do Fundo em outras aplicações
Porém, isso pode não ser tão vantajoso. Isso porque, com juros de 3% ao ano, o FGTS já rende mais do que a poupança e outros tipos de investimento que se guiam pela taxa básica de juros (Selic), atualmente na mínima de 2,25% ao ano. Mas, afinal, vale ou não a pena sacar os recursos?
O que dizem os especialistas
Atualmente, não é possível determinar a rentabilidade do FGTS em 2020, visto que o lucro distribuído voltou a ser parcial e o percentual a ser repartido entre os cotistas definido anualmente conforme a situação financeira do Fundo. De acordo com o Conselho Curador do FGTS, a porcentagem final será anunciada durante a próxima reunião, prevista para o dia 07 de julho.
No ano de 2019, o rendimento do FGTS superou 6% com a distribuição de lucros. Contudo, nada garantia que isso aconteça novamente em 2020. Segundo especialistas, esse ano o cenário é diferente, e a tendência é ser menos. Um dos motivos foi a saída de de cerca de R$ 40 bilhões do Fundo no pagamento do último saque emergencial, encerrado em março.
Por isso, em momentos de crise, é preciso ter controle. O saque emergencial pode ser uma excelente oportunidade para quitar dívidas ou ajudar no processo de organização financeira. A recomendação é criar ou mesmo ampliar uma reserva de emergência, considerada o primeiro passo de quem quer começar a investir.
De acordo com Lucas Collazo, estrategista de alocações da Rico Investimentos, se a pessoa não tem guardado um valor igual a pelo menos seis meses de gastos essenciais em uma modalidade de investimento de fácil acesso, o rendimento do FGTS pode não ser uma boa ideia.
Isso porque a reserva do Fundo não possui liquidez. Além disso, o saque da conta segue regras específicas para as liberações, como em situações emergenciais, em caso de demissão ou quando há o financiamento de imóveis.
Por outro lado, é preciso considerar que algumas pessoas possuem dificuldade em controlar os gastos e podem acabar desperdiçando o dinheiro em compras desnecessárias. O dinheiro do FGTS é um recurso criado para ser utilizado essencialmente ao se aposentar ou perder o emprego. Nesse caso, cabe ao beneficiário avaliar suas prioridades financeiras e decidir pelo cenário mais vantajoso.
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