Investidores correram para garantir suas ações da Oi (OIBR3) nos últimos dias, com fortes expectativas após o anúncio da venda de sua unidade de telefonia móvel. Quando o leilão foi finalizado na segunda-feira, 14, as ações da companhia foram pelo caminho contrário ao esperado, recuando a R$ 2,20 no fechamento.
A queda acentuada confirmou o movimento de mercado, como é conhecido o ciclo de comprar no boato e realizar lucros no fato. Na sessão seguinte, o papel da Oi fechou a R$ 2,35, ainda abaixo dos R$ 2,36 registrados na última sexta-feira.
Em meio a essa dinâmica, ganha força entre os analistas a visão de que não há mais grandes gatilhos para a alta da Oi na bolsa. Depois de acumular valorização de 160% em 2020, não há indícios claros o bastante para argumentar um avanço considerável dos papéis em 2021.
Grandes esperanças ficaram para trás
Figurando entre os que mais elogiaram o desempenho da diretoria da Oi, o Banco Santander (SANB11) não vê muito potencial de valorização para a ação da operadora no curto prazo.
O banco tem preço-alvo de R$ 2,30 para dezembro de 2021, com recomendação de manutenção, mostrou documento assinado por Maria Tereza Azevedo. Na prática, isso significa que o papel da Oi permanecerá estacionado na bolsa durante todo o ano que vem.
Há pouco tempo, grandes bancos e gestoras previam altas acentuadas para o Ibovespa em 2021, com o Banco Safra definindo preço-alvo de 131 mil pontos, correspondente a ganhos superiores a 10%. Já o cenário-base do BTG Pactual (BPAC11) leva em conta que o principal índice acionário brasileiro chegaria a 139.686 pontos em 12 meses, uma valorização de mais de 20%.
“Considerando o forte desempenho das ações no acumulado do ano (160%), cremos que o mercado já precificou o potencial de criação de valor da venda de ativos”, disse a analista em referência a quem comprou ações da Oi recentemente esperando um novo choque.
O Santander acredita que a Oi, que tem como foco se transformar em uma empresa de infraestrutura de telecomunicações, é “potencialmente forte”, com uma estrutura enxuta, baixo endividamento e poucas imposições regulatórias, mas sem nenhum potencial de valorização.
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