O contribuinte que enviar a declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRFP 2021) o quanto antes receberá mais cedo a restituição, caso tenho algum valor de direito. Isso porque a Receita Federal faz a devolução do dinheiro em ordem baseada na data da prestação de conta pelo contribuinte.
Porém, deixar para receber a restituição um pouco depois pode ser uma boa ideia, segundo especialistas. O motivo está no provável aumento da taxa Selic, que pode subir a partir de hoje pela primeira vez desde 2015. Atualmente, ela se encontra na marca mínima histórica de 2% ao ano.
Quais as vantagens de receber mais tarde?
O declarante que conta com o dinheiro da restituição mais cedo deve declarar com antecedência. Entretanto, como dito acima, há casos em que pode ser mais benéfico deixar para receber o dinheiro depois, tendo em vista que com o passar do tempo o valor é corrigido conforme a taxa Selic.
Isso porque a taxa básica de juros deve subir para 2,50% ao ano, expectativa da pesquisa Focus do Banco Central, divulgada nesta segunda-feira, 15.
“Hoje, no mercado financeiro, considera-se que o caminho de menor resistência dos juros é subir. Então, para quem não tem um plano para o dinheiro (da restituição), a melhor opção é deixar ele rendendo na taxa Selic”, esclarece o consultor em finanças, André Massaro.
Por outro lado, o presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro (CRCRJ), Samir Nehme, declara que apesar de se tratar de um rendimento seguro, a Selic não proporciona grandes rendimentos a curto prazo.
“Mesmo as previsões mais otimistas apontam para encerrar 2021 em 4,5% ou 5%. Ainda uma taxa baixa. Colocando na ponta do lápis, é mais recomendado antecipar a entrega, receber o quanto antes a restituição e aplicar esse montante em um investimento que pague mais, ainda que atrelado à taxa básica de juros. Mas, sempre vai depender do risco a que o contribuinte está disposto a correr”, disse Nehme.
Prioridades na restituição
Pessoas com deficiência, idosos, contribuintes com doenças graves e professores usufruem de prioridade em relação à fila de restituição. De acordo com as regras da Receita Federal, eles são os primeiros a receber a quantia, independente do prazo que tenham enviado a declaração.
Desde o ano passado, a RF reduziu de sete para cinco a quantidade de lotes de restituição do IRPF. A mesma sistemática será adotada em 2021, com início das liberações no fim de maio e término em setembro. Confira a seguir as datas de pagamento para este ano:
- 1º lote: 31 de maio;
- 2º lote: 30 de junho;
- 3º lote: 30 de julho;
- 4º lote: 31 de agosto; e
- 5º lote: 30 de setembro.
Uma das novidades em relação à declaração de 2021 é que, para receber o dinheiro, o declarante poder incluir, além de contas tradicionais de corrente e poupança, contas digitais de fintechs, como o Nubank e PicPay.
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