As agências de viagem e companhias aéreas têm um novo foco internacional: os país vizinhos do Brasil, onde o real é mais valorizado. Essa é a estratégia da vez para quem quer conhecer outra cultura, mas deseja fugir do dólar e do euro acima dos R$ 5.
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A Gol, que reduziu voos na sua malha geral, anunciou que vai aumentar o número de operações para a América Latina. A empresa atualmente realiza voos para a Argentina desde São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis.
A próxima cidade a ganhar uma rota direta para Buenos Aires é Fortaleza, ainda no mês de agosto. A partir de dezembro, novos voos também começam a sair de Natal, Maceió, Recife e Salvador com destino à capital argentina.
O número total deve aumentar de 27 para 36 voos semanais, incluindo as novas operações previstas para os sábados.
Já a Latam vai ampliar oferta de embarques diretos para Buenos Aires, Santiago, Lima, Miami e Montevidéu anda neste semestre. A companhia também planeja destacar aeronaves com maior capacidade para esses destinos.
“Tivemos aumento de 60% nas vendas do primeiro para o segundo trimestre de 2022. Isso comprova que a demanda internacional voltou a aquecer nos últimos três meses e explica o motivo de termos investido recentemente na retomada de rotas como Porto Alegre-Lima, Curitiba-Santiago e Buenos Aires-Rio”, informa Aline Mafra, diretora de vendas e marketing da Latam Brasil.
Operando há cerca de um mês no Brasil, a área colombiana de baixo custo (low cost) Viva Air é mais uma que anunciou um aumento na quantidade de voos internacionais. A rota São Paulo-Medellín está na lista.
Câmbio valorizado
Embora haja quem não abra mão de uma viagem aos Estados Unidos ou Europa, a América Latina tem ganhado a preferência de muita gente. Na Argentina, por exemplo, os brasileiros se sentem verdadeiros “reis” com o câmbio valorizado.
Na cotação da última segunda-feira, 15, um real equivalia a 26,50 pesos argentinos, 172 pesos chilenos e 7,8 pesos uruguaios. Um quarto simples em um hotel três estrelas em Montevidéu, no Uruguai, custa cerca de R$ 265. Na Avenida Paulista, o preço pode chegar a R$ 427.
Para acompanhar a demanda, as agências de viagem criam pacotes atrativos com novos produtos e parcelamento em até 24 vezes, inclusive no boleto. “Orlando e Miami continuam sendo muito procurados, mas já sentimos um movimento de adiar a viagem, optando neste momento para destinos onde a moeda é favorável”, completa Manuella Natividade, gerente de negócios B2C da Belvitur.