O preço do barril de petróleo chegou próximo aos US$ 90 há alguns dias, nível anterior à guerra entre Rússia e Ucrânia. Se continuar caindo dessa maneira, o produto deve provocar uma redução ainda maior nos valores do diesel e a gasolina, que já estão em uma trajetória de queda.
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Em menos de um mês, a Petrobras realizou três cortes nos preços praticados em suas refinarias. Segundo o Índice de Preços Ticket Log (IPTL), o litro da gasolina é vendido a uma média de R$ 5,72 no país, redução de 12% em relação ao fechamento de julho.
Além das fronteiras
O recuo do petróleo é resultado de fatores que vão bem além do cenário doméstico. Segundo Rodrigo Glatt, sócio da gestora GTI, o mercado já superou o pior do conflito na Ucrânia, e agora a economia mundial está desaquecendo.
O efeito pode ser visto na maior potência global, os Estados Unidos, que após aumentar seus juros enfrenta o risco de recessão. A economia da China também está em desaceleração, e por isso o país consome menos, o que provoca um processo recessivo em muitos exportadores.
Dentre os motivos para a queda nos preços do petróleo, também vale citar a perspectiva de aumento da oferta. O Irã, dono da terceira maior reserva do produto no mundo, deve voltar ao mercado em breve.
Preço continuará baixo?
De acordo como banco Citi, o valor do barril de petróleo pode cair para US$ 65 se a recessão nos EUA se confirmar. Por outro lado, o Goldman Sachs acredita que o barril deve ficar acima de US$ 100 ao fim de 2022.
As expectativas de novas reduções nos preços dos combustíveis no Brasil se baseiam em previsões do mercado. Considerando que o futuro é incerto, não é possível confirmar que as cotações continuarão baixas, embora essa seja a aposta de muitos especialistas.