O mar não está para peixe para que investe em criptoativos. O bitcoin e o ether somam queda superior a 50% desde o início do ano, ao passo que os tokens cardano e solana desvalorizaram 66% e 79%, respectivamente, no mesmo período.
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O medo de apostar nesse tipo de ativo cresceu ainda mais, já que ninguém quer perder tanto dinheiro em um espaço de tempo tão curto. Três fatores principais explicam a queda: o cenário macroeconômico causado pela pandemia, o colapso de uma das maiores blockchains do mercado e a falta de referência das criptomoedas.
Motivos para a queda
Durante a pandemia de coronavírus, os países precisaram adotar políticas para estimular o consumo. Nos Estados Unidos, o governo manteve a taxa básica de juros próxima à zero e aprovou pacotes para injeção de dinheiro na economia, gastos que superaram as despesas com todas as guerras das quais o país já participou.
Muitas nações também adotaram medidas semelhantes, e a entrada de dinheiro novo foi positiva para ativos de renda variável. Contudo, após a crise sanitária, os governos voltaram a aumentar os juros e a renda fixa ficou mais atrativa. Isso que gerou uma migração da renda variável, inclusive dos criptoativos.
O segundo ponto é o colapso da rede Terra, uma das maiores blockchains do mundo. Entre abril e junho deste ano, seu valor de mercado despencou de US$ 40 bilhões para quase zero, gerando bastante desconfiança entre os investidores.
O resultado foi a retirada de incontáveis valores de aportes em cripto, inclusive alocados em ativos que não estão ligados à rede Terra, como bitcoin e ether.
Por fim, o último fator que puxou a desvalorização dos criptoativos é sua falta de referência em relação a outras opções de investimento, como as ações. A primeira criptomoeda da história, o bitcoin, tem apenas 13 anos de existência.
Por serem relativamente novos, seu comportamento é mais volátil do que o do ouro, por exemplo. Essa característica acaba afastando os investidores em momentos de incerteza econômica, como é o atual.