Tudo indica que o presidente Jair Bolsonaro (PL) deve assinar a qualquer momento uma medida provisória que pode beneficiar ou, na verdade, não atrapalhar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Nas palavras do ministro da Economia Paulo Guedes, o ato é um “gesto de boa vontade” a Lula, que assume no dia 1º de janeiro.
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O ex-capitão irá prorrogar por mais 30 dias a isenção de PIS e Cofins sobre os combustíveis. Com isso, ele evita que os preços dos combustíveis subam subitamente no mesmo dia que Lula toma posse, já que a isenção terminaria no dia 31 de dezembro. A informação é da colunista Carla Araújo, do UOL.
“Gesto de boa vontade” poderia ser maior
Durante a negociação, o atual ministro da Economia teria oferecido uma prorrogação de 90 dias, mas Haddad teria acertado que 30 dias seriam prazo suficiente para o novo governo encontrar outra formula para o preço dos combustíveis no país.
Ainda de acordo com o UOL, Guedes tem justificado a ajuda ao futuro governo lulista, dizendo que, se Bolsonaro fosse reeleito, o plano era manter a isenção de impostos sobre os combustíveis por todo o ano de 2023. O Ministério da Economia estima que a isenção custe R$ 52 bilhões aos cofres públicos por ano.
O Planalto e a equipe de Lula ainda não comentaram o caso.
2022 “enlouqueceu” quem tem carro
Este ano foi peculiar para os motoristas brasileiros. Com a guerra entre Rússia e Ucrânia, em fevereiro, o mundo viu o barril do petróleo atingir o maior valor em 14 anos. Para além disso, o país atravessou uma crise econômica e já iniciou janeiro com o preço médio do litro a R$ 6,59.
A média nacional chegou a R$ 7,39 este ano, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). A situação tem se estabilizado neste final de ano, com a gasolina abaixo de R$ 5 por duas semanas seguidas pela primeira vez em muito tempo.
Em ano eleitoral, o governo correu para conter os preços e evitar um cenário ainda pior para o consumidor. Impostos foram reduzidos, a Petrobras fez reduções no preço para as distribuidoras e ouve uma alteração na forma como o ICMS é cobrado.
Agora, o novo governo tem o desafio de descobrir, nas próximas semanas, o que fazer para manter ou melhorar esse cenário.