Diversos criminosos invadiram os prédios sede dos Três Poderes no último domingo (8), em Brasília, e foram responsáveis por destruir uma série de obras de arte, além de equipamentos eletrônicos, as estruturas dos prédios e também cadeiras.
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Em uma estimativa liberada pelo Governo, apenas no Palácio do Planalto, pelo menos quatro obras de arte foram danificadas, avaliadas em cerca de R$ 8,5 milhões. Nos outros prédios, houve também danos a esculturas e bustos.
Dentre as obras danificadas, estão o “Muro Escultórico” de Athos Bulcão, que ficava na Câmara e foi perfurado na base. Além disso, houve também a destruição do busto de Rui Barbosa, responsável pela criação do modelo atual Supremo Tribunal Federal (STF) em 1890; a danificação da escultura “Maria, Maria” de Sônia Ebling, também disposta na Câmara; e um item de valor histórico, sendo um tapete pertencente a Princesa Isabel, que ficava no STF.
Principais obras de arte destruídas por vândalos
O quadro de Di Cavalcanti, intitulado de “As Mulatas”, é a principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto. Essa é uma das produções mais importantes do artista, com valor estimado em R$ 8 milhões. Porém, de acordo com o Governo Federal, essas peças conseguem atingir valores até cinco vezes maiores em leilões. A obra foi encontrada com sete rasgos, de diferentes tamanhos.
Além do quadro, a escultura de bronze de Bruno Giorgi, “O Flautista”, foi encontrada completamente destruída, com seus pedaços espalhados pelo salão. A estimativa de valor da obra era de R$ 250 mil. Outra escultura danificada foi “A Bailarina”, de Victor Brecheret, feita em bronze polido e uma das esculturas que representa a introdução do modernismo na escultura brasileira.
No entanto, a escultura mais significativa que foi prejudicada com o ato criminoso de domingo (8), foi a escultura de Alfredo Ceschiatti, conhecida como Estátua da Justiça que ficam em frente ao STF. Assim, a estátua de granito foi pichada com a frase “Perdeu, mané”, fazendo referencia à declaração do Ministro Luís Roberto Barroso ao ser incomodado por um golpista durante sua viagem aos Estados Unidos, em novembro de 2022.
Ademais, a “Bandeira do Brasil”, obra de Jorge Eduardo em 1995, foi encontrada boiando no térreo do Palácio do Planalto, devido aos hidrantes que foram abertos pelos invasores. A pintura representa a bandeira do país e já serviu de cenário para diversos pronunciamentos dos presidentes.
Obra destruída tem valor inestimável
De acordo com o diretor de curadoria dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho, será possível recuperar grande parte das obras danificadas no ataque em Brasília. No entanto, uma peça em específico, será praticamente impossível de ser recuperada.
Trata-se de um relógio do século 17, trazido ao Brasil junto com a família real portuguesa. O relógio de Balthazar Martinot foi um presente dado pela Corte Francesa para Dom João 6º. Assim, o relógio era obra de Martinot, também relojoeiro de Luís 14.
Segundo o Governo Federal, existem apenas dois relógios desse artista em todo o mundo. O outro está exposto no Palácio de Versalhes, na França. Porém, possui a metade do tamanho da peça brasileira, que foi completamente destruída pelos criminosos que invadiram o Palácio do Planalto.