O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu reajustar o salário mínimo para R$ 1.320 em 2023, mas o assunto ainda segue em discussão pela equipe do governo. Enquanto isso, circula pelas redes sociais um boato de que ele teria negado o aumento por considerá-lo um ‘gasto’ para a União.
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Segundo apuração do iG Economia, a notícia é falsa. A matéria divulgada pelo deputado Alexandre Freitas (Podemos) inclui uma foto do portal g1, mas é infundada. Na postagem feita no Twitter, o parlamentar associa o salário mínimo de R$ 1.212 (que inclusive já foi reajustado) com o auxílio-reclusão. Veja a publicação:
O Regime publicou portaria do Ministério do Trabalho que aumenta o auxílio reclusão, hj temos:
Auxílio reclusão: $1.754,18
Salário mínimo nacional: $1.212,00
Faz o L trabalhador! pic.twitter.com/Rpf8LKajcB— Alexandre Freitas (@alefreitasdep) January 16, 2023
A relação está errada em vários pontos. Primeiro porque o salário mínimo atual é de R$ 1.302, conforme medida provisória sancionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em dezembro. Em segundo lugar, o valor de R$ 1.754 é o máximo que as famílias de presos devem ter de renda para receber o auxílio-reclusão.
A atualização no teto para ter acesso ao benefício foi realizada pelo INSS ainda em 2022, durante o governo Bolsonaro. Já o valor do auxílio segue sendo de um salário mínimo.
Impasse sobre o salário mínimo
O piso nacional de R$ 1.320 prometido por Lula em sua campanha eleitoral ainda não foi sancionado pelo governo. A ideia do Ministério da Fazenda era aplicar a correção ainda em janeiro, mas a equipe econômica encontrou um déficit maior que o previsto nas contas públicas.
Por conta do enorme crescimento do número de beneficiários do INSS próximo ao fim do mandato de Bolsonaro, serão necessários mais R$ 2 bilhões para garantir o aumento no mínimo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ainda não informou um prazo para que o novo patamar comece a valer.
Na última segunda-feira, 16, representantes sindicais pediram a Lula um reajuste do salário mínimo para R$ 1.342 ainda em 2023. Uma nova reunião sobre o assunto está marcada para a próxima quinta-feira, 19, desta vez com a presença do ministro do Trabalho, Luiz Marinho.
