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Vai comprar um carro novo? Aviso: preços podem subir ainda mais em 2023

Ao contrário do que era esperado pelos brasileiros, os valores dos carros novos devem aumentar consideravelmente devido às novas medidas.



Após vários reajustes aumentarem o preço de carros novos, a variação de valores tende a ser menor neste ano devido à retração dos consumidores. Essa trégua de aumentos pode ser breve, visto que há a possibilidade de haver uma cobrança de novas legislações em relação à segurança veicular, eficiência energética e legislações de emissões.

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Elas farão com que as montadoras aumentem o preço dos veículos para atender estas novas obrigações.

Consultores e executivos especializados na indústria de veículos apontam que para atingir todas as metas de eficiência energética que estão em discussão, em uma escala global até 2030, será preciso produzir mais da metade dos carros com sistemas híbridos. Os custos da produção podem aumentar em milhares de dólares, a depender a solução encontrada pelas fabricantes.

Carros novos de entrada também sofrerão aumento

Com as regras impostas, os carros menores de entrada no mercado, como o Chevrolet Onix e o Hyundai HB20, também terão que adotar o sistema híbrido leve com baterias de 40V. O intuito dessa mudança é de reduzir cerca de 5% do consumo. No entanto, as mudanças trazem custos adicionais para os consumidores, dificultando ainda mais a compra de um veículo zero-quilômetro para grande parte da população.

Portanto, é possível prever que haverá um possível descompasso entre a renda da população e o preço dos veículos no Brasil. Em 2012, o mercado automobilístico brasileiro teve o recorde histórico de 3,8 milhões de veículos vendidos, com carros podendo ser comprados com a renda de um jovem recém-formado.

Em contrapartida, hoje os preços dos carros restringe a população que consegue comprar um veículo, com as vendas de 2022 sendo feitas 30% financiadas e 70% à vista, fato completamente incomum ao cenário brasileiro. Há dois anos, as vendas financiadas ocupavam de 60% a 70% do total de vendas realizadas.

Motivos para o aumento dos preços

Em uma pesquisa realizada pela consultoria Jato Dynamics, o valor médio de um carro no Brasil em 2016 era de R$ 66,3 mil. Já em 2023, esse valor subiu para R$ 130,8 mil. Em uma pesquisa similar feita pela Bright Consulting, os aumentos começaram após o ápice da pandemia, em meados de 2020.

Como forma de proteger os seus caixas, os fabricantes ajustaram os valores na média de 12,4% no preço dos carros. A taxa é três vezes maior que a da inflação do ano. Já em 2021, esse aumento foi ainda maior: 26,3%. Isto é, 16 pontos acima do IPCA do período, que era de 10%.

Além disso, com a falta de semicondutores, as montadoras acabaram utilizando chips em veículos mais caros e rendáveis, um fato que causou o aumento médio dos automóveis. Em 2022 as montadoras seguraram os reajustes por sentirem a retração das vendas, então mantiveram o aumento equiparado à inflação de 5,8%.

Preço dos veículos não deve abaixar tão cedo

Diante do atual cenário brasileiro, o preço dos veículos não deve diminuir em 2023.

Ao perceber os consumidores ainda retraídos, é possível que as marcas lancem algumas promoções para tentar movimentar o mercado de automóveis, porém nada suficiente para compensar a perda de renda dos últimos anos.

O número de vendas deve piorar com o aumento de custos dos próximos anos, logo a única forma de interromper o ciclo de queda de venda de carros é aumentando a renda da população. Também será preciso aumentar a concessão de crédito para os compradores, bem como reduzir a inflação e os juros.

Infelizmente, nada disso está previsto para curto prazo.

No geral, as negociações estabelecidas pelo novo governo visam criar condições de crescimento de renda para os brasileiros. Nos resta aguardar e verificar quais serão os próximos passos dados neste mercado.




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