As pesquisas conduzidas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Diesse) sobre o salário mínimo comprovam uma realidade que a maior parte dos brasileiros sente na pele. A remuneração básica do trabalhador está muito abaixo da ideal. É quase cinco vezes menor.
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Os dados do Dieese revelam que o valor do salário mínimo ideal em 2023 deveria ser de R$ 6.298,91 mil. Ou seja, muito acima dos atuais R$ 1.302 em vigor no Brasil. A situação é ainda mais preocupante ao considerar que somente a cesta básica consome a maior parte da remuneração das famílias.
Cinco vezes menor
O salário mínimo atual de R$ 1.302 continua sendo insuficiente para garantir o mínimo aos brasileiros. Mesmo com o ganho real, acima da inflação, o valor está muito abaixo do ideal. É quase cinco vezes menor – sendo de 4,8. O salário ideal é uma realidade impossível de ser alcançada.
A cada novo anúncio de salário mínimo, o brasileiro nota que pouca coisa muda na prática. Os reajustes anuais conseguem – quando muito – reduzir os impactos da inflação.
A pesquisa do Dieese sobre o salário mínimo considera uma família com quatro pessoas. Os dados são baseados no resultado da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos para conferir o preço médio dos produtos considerados essenciais.
Por regra, segundo a Constituição Federal, o salário mínimo deveria garantir o básico. Em outras palavras, a remuneração do trabalhador deveria ser o bastante para dar conta dos gastos com a alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
Em 2022, segundo os dados do Dieese, o preço da cesta básica aumentou em 17 capitais pesquisadas. Isso quer dizer que o trabalhador que ganha o mínimo comprometeu pelo menos 60,22% do salário mensal na compra de itens básicos para a família. Isso sem contar as demais despesas, como moradia, saúde e educação.