Os principais grupos sanguíneos são identificados por quatro divisões: AB, A, B e O. Em geral, a maioria dos brasileiros só conhece essa classificação, mas existem também tipos sanguíneos raros. Ao todo, já foram identificados 43 sistemas que reúnem 300 antígenos diferentes. A identificação de cada um ajuda a salvar vidas de pessoas que precisam de transfusão em hospitais.
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“Bombaim”: Um tipo sanguíneo raro
Também conhecido como “kell-null”, entre especialistas, o tipo sanguíneo “Bombaim” não tem o antígeno H em células vermelhas. Infelizmente o número reduzido de indivíduos com essa tipagem torna as transfusões ainda mais delicadas.
No momento que um médico observa que um paciente precisa receber sangue para interromper uma hemorragia, é necessário agir rápido. Porém, diferente dos sangues mais comuns, os tipos sanguíneos raros não têm muito estoque.
Quantos brasileiros tem o sangue kell-null?
Segundo o Cadastro Nacional de Sangue Raro (CNSR), ligado ao Ministério da Saúde, existem três pessoas com sangue Bombaim no Brasil. Isso mesmo! Apenas três doadores foram cadastrados, e muitas vezes, essa realidade impõe um desafio logístico aos hemocentros e clínicas.
Um caso que serve de exemplo para mostrar os desafios da transfusão de sangue raro aconteceu no nordeste. Uma mulher com tipo sanguíneo kell-null precisou de assistência, porque só tinha disponibilidade em São Paulo.
Uma rede de logística precisou ser acionada para transportar as bolsas de sangue em segurança. Portanto, conseguiram levar até ela a quantidade necessária, considerando uma distância de 2.600 km entre a viagem.
A importância de monitorar a quantidade de tipos sanguíneos
Se não fosse o esforço dos cientistas e centros que coletam sangue de doadores, muitas pessoas deixariam de ser salvas. Da mesma maneira, investir no conhecimento sobre novas tipagens contempla pessoas de sangue raro.
Considerando o sangue, Bombaim, Japão, Finlândia e Reino Unido já registraram mais indivíduos. Outro país com alta incidência é a Índia, onde 1 a cada 10.000 pessoas apresentam essa formação rara nos glóbulos vermelhos.