Após 24 anos trabalhando para a Rede Globo, o narrador Jota Júnior foi demitido em março deste ano. Por isso, ele decidiu processar a emissora que foi a sua casa por tanto tempo. Na ação trabalhista, que já chega a R$ 15,8 milhões, Jota briga por reconhecimento de direitos trabalhistas durante o tempo que foi contratado por meio de contrato de prestação de serviço, ou seja, como pessoa jurídica.
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Globo recebe novo processo
Neste caso, sem carteira assinada devido ao modo de contratação, o profissional alega que a empresa reduziu o seu salário sem nenhum motivo aparente. De acordo com o processo, o narrador afirma que trabalhou na emissora por quase 20 anos sem registro na carteira.
Em 2019, a Globo deu início ao processo de regularização dos contratados para evitar processos trabalhistas.
Grandes nomes da emissora na época, como Luís Roberto e Cléber Machado, também eram PJ e começaram a ter vínculo empregatício. Segundo Jota Júnior, o seu salário foi reduzido em quase R$ 20 mil na mudança do regime de contratação. A justificativa do narrador para ter aceitado as novas condições foi o medo de ficar desempregado.
Solicitação de vínculo empregatício
De acordo com a lei brasileira, o trabalhador só pode solicitar o reconhecimento de vínculo empregatício nos cinco anos anteriores ao processo. Devido a isso, Jota Júnior só pode requisitar os valores referentes a 2018, último ano em que trabalhou na Globo como pessoa jurídica.
O narrador foi contratado pelo grupo em 1999 e se tornou um dos principais nomes da narração do SportTV. Desse modo, ele chegou a transmitir amistosos da seleção brasileira e jogos da Copa do Mundo em 2010 e 2014, mas acabou perdendo espaço nos últimos anos na emissora e foi relocado para fazer a narração dos jogos da série B.