Ocupar um cargo de CEO significa assumir diversas responsabilidades dentro de uma empresa. Mas como nem tudo é composto apenas de ônus, há também os bônus que vêm com o cargo máximo na hierarquia empresarial: os altos salários. De acordo com um levantamento realizado no Brasil, os dez CEOs mais bem pagos do país receberam, em 2022, uma remuneração igual ou superior a R$ 30 milhões.
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Dessa forma, o mais bem pago da lista é um dos dois co-CEOs que a Hapvida tinha até o final de 2022, Irlau Machado Filho. Ele recebeu a quantia de R$ 82 milhões. O executivo, no entanto, deixou a companhia no dia 21 de janeiro deste ano.
Bancos e companhias
Continuando a lista estão os CEOs da Vale, Itaú Unibanco, JBS e Eneva, com salários entre R$ 55 milhões e R$ 59 milhões. Os dados foram divulgados pelo especialista em governança Renato Chaves. Os valores foram baseados nos formulários de referência das 82 empresas que integram atualmente o Ibovespa, índice referência da B3 e que estabelece as empresas de maior liquidez na Bolsa.
No entanto, o número absoluto da remuneração não é o suficiente para avaliar o nível de governança das empresas. Além disso, é preciso levar em consideração também o tamanho e a complexidade do negócio, assim como a diferença entre a maior remuneração e a remuneração média ofertada pela companhia.
Faturamentos acima de R$ 30 bilhões
De acordo com o estudo feito por Chaves, a média da relação entre a maior remuneração e a receita para empresas com mais de R$ 30 bilhões de faturamento, foi de 0,023%. Seguindo esse critério, a remuneração ofertada pela Cosan é a que mais foge da média dessa faixa de faturamento: 0,096% ou R$ 38,3 milhões para a receita de R$ 39,7 milhões.
A mesma situação se repete na Casas Bahia, com 0,074% ou R$ 22,9 milhões frente a um faturamento de R$ 30,9 bilhões. Por outro lado, mesmo ofertando as maiores remunerações, na JBS, por exemplo, o pagamento de R$ 55,9 milhões ao CEO representou apenas 0,015% do faturamento estimado em R$ 374,8 bilhões. Já no caso do Itaú, os R$ 59,1 milhões pagos ao CEO representa somente 0,021% dos R$ 283,3 bilhões.
Mas se engana quem pensa que os desvios de padrão acontecem apenas em empresas grandes. No caso da Hapvida, a relação é de 0,35%, mais de 4 vezes a média para as empresas com faturamento entre R$ 10 bilhões e R$ 30 bilhões, estimado em 0,08%. A B3 se encontra nessa mesma faixa, com uma remuneração de R$ 29,7 milhões frente ao faturamento do R$ 10 bilhões.
Por fim, a pior relação entre a maior remuneração e o faturamento da empresa foi registrado na CVC. A empresa de turismo remunerou seu CEO em R$ 19,4 milhões no ano passado, quando registrou um faturamento de R$ 1,2 bilhão.