Adoçante aspartame e risco de câncer: marketing das empresas sofrerá?

OMS anuncia que adoçante tem potencial cancerígeno. O debate sobre uso retorna e pode influenciar até mesmo o marketing das marcas.



Na última quinta-feira, 13, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que o adoçante aspartame é considerado “possivelmente cancerígeno”; no entanto, há um limite aceitável e seguro de ingestão diária. A polêmica envolvendo um dos adoçantes mais comum do mundo já dura algum tempo.

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Marketing enfrentará dificuldades?

No passado, muitos criticaram a classificação desse tipo, alegando que causava confusão e alarme desnecessário, mas com a declaração oficial, não só a indústria de bebidas diet voltará a debater sobre o tema, como também o marketing das empresas que trabalham com aspartame deverá ser afetado.

O produto é um dos mais utilizados no mundo, pois faz parte da composição de produtos sem açúcar ou com baixo teor de açúcar, como Trident, Diet Coke e Diet Pepsi. A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, ligada à OMS, aponta evidências científicas limitadas que revelam o potencial cancerígeno, enquanto o Comitê Misto FAO/OMS de Especialistas em Aditivos Alimentares mostra que a ingestão diária permitida é de 40 mg/kg de peso corporal.

Isso significa que um adulto, pesando 70 kg, por exemplo, teria que consumir cerca de nove a 14 latas por dia de refrigerante diet com 300 mg de aspartame para ultrapassar o limite, segundo a informação destacada no G1. O diretor do Departamento de Nutrição e Segurança Alimentar da OMS, Francesco Branca, afirmou que é preciso avançar mais na investigação para confirmar a relação do produto com o câncer; no entanto, a nova classificação está trazendo novamente o debate à tona, elevando o desafio das marcas de manter o produto em alta.

Desafio para as marcas?

Os especialistas em marketing avaliam que as marcas podem superar essas classificações justamente por ter uma base fiel de consumidores. A cofundadora e CEO da SRW Agency, Kate Weidner, acredita que se as empresas que querem mudar o comportamento dos consumidores com um produto mais saudável, devem oferecer um refrigerante melhor.

Já a professora Peggy Stover, da Universidade de Iowa, questiona se o comportamento dos consumidores vai mudar, mesmo com a nova classificação. Para ela, isso é algo difícil de se fazer, uma vez que muitos vão continuar consumindo os produtos. “Conseguir fazer com que alguém mude um hábito é algo muito difícil. Duvido que a indústria veja, de repente, uma onda de consumidores de refrigerante diet buscando outras alternativas”, opina.




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