Tem dias que a preguiça de trabalhar realmente invade a vida do trabalhador e levantar da cama pode ser uma tarefa realmente difícil. Como forma para conseguir um dia extra de folga, alguns trabalhadores fazem uso de uma prática extremamente errada: o uso do atestado médico. Assim, a prática consiste em fingir sintomas para conseguir um atestado e ser liberado do trabalho.
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No entanto, todos os atestados devem conter obrigatoriamente o CID (Classificação Internacional de Doenças), com o intuito de informar por qual motivo o trabalhador recebeu o atestado. Assim, na hora de justificar o motivo da falta, aqueles que trabalham em regime CLT precisam apresentar o atestado médico ao RH da empresa.
Porém, existe um código com o intuito de desmascarar o trabalhador que fingiu sintomas somente para conseguir um dia a mais de folga. Ao ser pego na mentira, o trabalhador terá o dia descontado de sua folha e pagamento e poderá até mesmo ser demitido por justa causa.
Simulação é identificada na própria consulta
De acordo com Filipe Pacheco, médico do trabalho e diretor da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), os profissionais da saúde conseguem identificar a simulação de sintomas durante a própria consulta. Essa identificação ocorre por meio de resultados de exames, informações incoerentes e até mesmo outras características apresentadas pelo paciente.
“O médico insere o CID que ele acha correto. Caso ele queira informar ao colega médico do trabalho que identificou essa situação de simulação, ele pode usar tal ferramenta”, afirma Pacheco.
Desse modo, ao perceber que o paciente está agindo de má-fé apenas para faltar ao trabalho, o médico poderá colocar o CID Z76.5, que afirma que a pessoa estava fingindo estar doente.
O que acontece com o funcionário que mentir?
Ao se deparar com um atestado médico com o CID Z76.5, o médico do trabalho deverá chamar o funcionário em questão para que ele explique o acontecido. Vale ressaltar que a empresa não pode recusar o atestado sem realizar esse procedimento. “O médico do trabalho tem a prerrogativa de reduzir dias, ou mesmo desconsiderar o atestado, caso declare a aptidão ao trabalho após examinar o paciente“, explica Filipe Pacheco.
Além disso, Pacheco afirma que é importante a empresa ter uma pessoa trabalhando nesta área, não apenas para questionar os atestados apresentados, mas também para entender o que causa esse afastamento. Desse modo, pessoas que acabam recorrendo a essa medida, podem transparecer um grave problema de gestão na empresa, com um clima organizacional ruim.
