O Hemisfério Norte está enfrentando sucessivas ondas históricas de calor extremo durante o verão, impulsionadas pelo aquecimento global devido ao efeito estufa e também pelo retorno do fenômeno climático El Niño ainda mais potente este ano.
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Nos Estados Unidos, cidades como Phoenix têm registrado temperaturas acima de 43°C por vários dias consecutivos, enquanto o Vale da Morte, na Califórnia, chegou a impressionantes 53°C. Na Europa, países como Espanha, Grécia e Itália têm enfrentado uma brutal onda de calor, com destaque para Roma, que registrou quase 42°C. A China também entrou para a lista, alcançando 52,2°C no Noroeste do país, um novo recorde nacional absoluto.
As temperaturas globais têm alcançado níveis excepcionais, com junho de 2023 sendo o mais quente já registrado e as duas primeiras semanas de julho também apresentando temperaturas extremamente altas.
Essas ondas de calor são resultado de uma combinação entre a variabilidade natural do clima e as contínuas emissões de gases de efeito estufa provenientes, principalmente, da queima de combustíveis fósseis. Além disso, a chegada do chamado Super El Niño tem influenciado em anos mais quentes ao redor do mundo.
Por conta disso, cientistas alertam que julho de 2023 provavelmente será o mês mais quente em “centenas, senão milhares, de anos”.
Calor extremo pode ser esperado no verão brasileiro?
No Brasil, o calor extremo não é um indicativo comum durante os meses de verão, de dezembro a fevereiro, que compreendem o período chuvoso no Centro do país. As maiores temperaturas costumam ocorrer no fim do inverno e início da primavera, quando a atmosfera está mais aquecida e ainda chove pouco.
A previsão para o país é de extremos térmicos de calor excessivo em áreas do Sudeste, Centro-Oeste, Sul da região amazônica e interior do Nordeste entre setembro e novembro.
Cidades como Cuiabá, Goiânia e Uberaba apresentam suas máximas médias em agosto, setembro e outubro, respectivamente, e não no verão. Já São Paulo tem os meses mais quentes de dezembro a março, com extremos de calor registrados em setembro e outubro.
Dito isso, em ano de retorno do El Niño, a probabilidade de temperaturas acima da média durante a primavera e o verão de 2024 é alta em todo o Brasil. A região Sul do país também deve ter um verão muito quente, com possibilidade de ondas de calor e temperaturas extremas, já que não possui variações significativas de chuva ao longo do ano.
O retorno do El Niño também deve a aumentar a umidade e a ocorrência de tempestades de verão, tornando a estação mais escaldante no Sul do Brasil.