De volta ao escritório: por que as empresas querem dar ADEUS ao home office?

A questão não é simplesmente sobre abandonar o home office, mas sim encontrar um equilíbrio que funcione para empresas e funcionários.



Quem poderia imaginar que, depois de uma intensa adesão ao trabalho remoto durante a pandemia, empresas líderes como Zoom, Google e Amazon estariam, agora, incentivando seus colaboradores a voltarem ao escritório?

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De acordo com a empresa Zoom, o objetivo é adotar progressivamente o modelo híbrido, incentivando os colaboradores a estarem no escritório pelo menos dois dias por semana. Mas por que essa movimentação em busca da presencialidade? Estariam as empresas abandonando as vantagens do home office?

Benefícios do modelo híbrido

Segundo uma pesquisa da Escola da Administração de Empresas de São Paulo (EAESP/FGV), em colaboração com o PageGroup e PwC Brasil, os benefícios do modelo híbrido foram claramente reconhecidos pelos funcionários, incluindo:

  • Economia no deslocamento;
  • Flexibilidade de horário;
  • Proximidade da família;
  • Mais tempo para projetos pessoais.

Porém, existem nuances que vão além das vantagens óbvias.

Juliana Alencar, especialista em cultura e inovação organizacional, nos lembra que o home office oferece uma flexibilidade que muitos ansiavam. Contudo, ela adverte:

“O trabalho remoto pode reduzir as oportunidades para interações pessoais informais e a troca espontânea de ideias, o que é crucial para a inovação e o desenvolvimento dos projetos. Ele pode atrapalhar no desenvolvimento de habilidades interpessoais, como empatia, resolução de conflitos e negociação. Muitas vezes são melhor desenvolvidas por meio de interações pessoais”, complementa.

A complexa equação da produtividade

Há aqueles que defendem ardorosamente a eficácia do home office, e os números apoiam essa visão. No estudo da EAESP/FGV, 78% das mulheres afirmaram cumprir todas ou a maioria das tarefas em home office, enquanto 59% dos homens expressaram o mesmo sentimento.

Porém, nem tudo é preto no branco. Como Alencar observa, há profissionais, pais e mães que defendem a rotina fora de casa, enquanto outros apreciam estar perto da família.

O declínio do modelo remoto

Dados da Infojobs, empresa de soluções de tecnologia para RH, reforçam que, embora a oferta de vagas em modelo híbrido ou totalmente remoto tenha aumentado, a vasta maioria dos empregos disponíveis no início de 2023 exigia presença física, representando 94,8% das 7.010 vagas anunciadas.

Thamiris Abdala, diretora organizacional do Grupo Epicus Outlier, argumenta que, apesar das vantagens do trabalho remoto serem evidentes, algumas empresas “perceberam que a conexão entre as equipes e a colaboração criativa podem ser comprometidas quando as interações são principalmente virtuais”.

Retenção de talentos e a balança da decisão

O setor de tecnologia, especialmente, está enfrentando uma época de intenso recrutamento, onde muitos profissionais trabalham globalmente a partir de seus lares locais. “A possibilidade de acesso a talentos que, de outra forma, estariam fora de alcance, pode continuar sendo um fator importante para as empresas considerarem ao tomar decisões sobre o local de trabalho”, aponta Abdala.

Quando se trata de pesar a decisão sobre o fim do home office, Abdala sugere uma série de etapas: desde entender as preocupações individuais dos funcionários até estabelecer uma comunicação clara sobre as mudanças que ocorrerão e garantir uma transição suave para garantir a retenção eficiente de talentos.




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