Pneu sem ar que não fura: CEO da Michelin não está ‘tão’ empolgado

Saiba como funciona o pneu sem ar, uma tecnologia que promete eliminar o risco de furos, mas que ainda não convenceu o CEO da Michelin.



A Michelin, empresa francesa especializada na fabricação de pneus e produtos relacionados à mobilidade, é reconhecida mundialmente pela qualidade e inovação de seus pneus. Além disso, a Michelin tornou-se um líder na indústria automobilística, atendendo não apenas veículos de passeio, mas também aplicações comerciais, industriais e agrícolas.

Veja também: Abasteça de vez em quando: 5 melhores carros em consumo de combustível

Mas imagine um mundo sem a preocupação constante de pneus furados, onde estradas acidentadas e detritos pontiagudos deixam de ser fonte de ansiedade para os motoristas.

Nesse sentido, a ideia de um pneu que nunca fura parece um sonho, mas o CEO da Michelin, Florent Menegaux, não está tão empolgado com essa inovação. Por quê? A resposta está na complexa equação entre conveniência e custos.

Por que o pneu sem ar é mais caro?

Sobretudo, o desafio reside na despesa associada à matéria-prima. Enquanto um pneu convencional possui grande parte de seu espaço interior ocupado pelo ar, um pneu sem ar exige um revestimento adicional de borracha.

“É muito mais caro construir esse tipo de pneu do que um normal, porque você precisa substituir o ar pelo que chamamos de raios, que fazem a função do ar, mas o ar é grátis. Então, a tecnologia estará disponível, mas para ser aplicada em casos que alguém esteja preparado para pagar o preço, porque será muito mais caro que um pneu clássico”, afirmou Menegaux em uma entrevista.

Testes em Singapura e França

Diante disso, a empresa já conduziu testes em Singapura e na França, em colaboração com a empresa de logística DHL, a fim de obter feedback real dos condutores. No entanto, ainda não é possível determinar com precisão o aumento de custo que o novo modelo acarretará.

Mas, afinal, quem pode se interessar?

Menegaux pondera que o novo tipo de pneu pode encontrar maior demanda em ambientes urbanos, especialmente em atividades como entregas. Ele também observa que a adoção de veículos autônomos poderia acelerar a implementação dessa nova tecnologia.

Afinal, um veículo sem motorista, a responsabilidade recairia sobre o passageiro para realizar a substituição do pneu ou interromper a viagem até receber assistência.

“Talvez eu esteja errado, mas não acho que vamos trocar os velhos pneus, que são muito úteis, por pneus sem ar”, opinou o CEO. “Furar um pneu é sempre um pesadelo, mas não acontece com muita frequência. Quando você olha de modo estatístico, a probabilidade de ter um furo é muito pequena.”

Portanto, o pneu sem ar ainda é uma inovação que precisa superar alguns desafios para se tornar uma opção viável e competitiva no mercado. Enquanto isso, os motoristas devem continuar cuidando da manutenção e da calibragem dos seus pneus tradicionais.




Veja mais sobre

Voltar ao topo

Deixe um comentário