Você já imaginou um mundo onde ninguém pudesse comprar cigarros? Bem, o Reino Unido está contemplando justamente essa realidade. Em uma proposta audaciosa que desafia normas e convenções, o governo britânico visa, efetivamente, eliminar a compra no país.
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O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, delineou um plano curioso: aumentar, a cada ano, a idade mínima para a compra de cigarros e tabaco. Começando pela faixa etária de 18 anos, essa idade avançaria anualmente, tornando impossível que, eventualmente, qualquer pessoa adquira cigarros.
Em palavras simples, um jovem de 14 anos hoje, por exemplo, nunca poderia comprar um cigarro em toda a sua vida. A reflexão de Sunak sobre isso é bastante clara: “Quatro em cada cinco fumantes começaram a fumar até os 20 anos. Mais tarde, a grande maioria tenta parar, mas muitos não conseguem porque estão viciados.”
Esta proposta não surge do nada
Em 2022, um estudo encomendado pelo governo já indicava a necessidade de ações mais intensas contra o tabagismo, considerado por Sunak como a principal causa evitável de problemas de saúde. Para o primeiro-ministro, é essencial que se evite que os jovens iniciem esse hábito. Ele cita, com preocupação, estatísticas que mostram que quatro em cada cinco fumantes começaram a fumar até os 20 anos.
A inspiração para esse movimento pode ser rastreada até o ano anterior, quando Javed Khan, então chefe executivo da organização de caridade Barnard, propôs a ideia. O objetivo final do governo é bastante claro: tornar a Inglaterra livre do cigarro até 2030. Isso seria alcançado quando menos de 5% da população fosse fumante.
O primeiro-ministro também evidenciou que a Nova Zelândia já está implementando leis semelhantes, proibindo a compra de produtos de tabaco para qualquer pessoa nascida após 2008. Além do tabaco, o governo britânico está considerando restringir a venda de cigarros eletrônicos, analisando seus aromas e embalagens para combater seu crescente uso entre jovens.
As reações a essa proposta são variadas
Enquanto alguns veem isso como um passo crítico, como Michelle Mitchell da Cancer Research UK, que mencionou que o primeiro-ministro merece reconhecimento por priorizar a saúde dos cidadãos, outros veem como um conjunto “sem precedentes” de medidas, como disse Deborah Arnott, do grupo Action on Smoking and Health (ASH).
Seja como for, a proposta coloca a Inglaterra em um caminho fascinante, reimaginando um futuro sem cigarros. Enquanto o plano é ambicioso e controverso, ele reforça o compromisso do Reino Unido em proteger a saúde de sua população.