Sejamos sinceros: todos nós temos aqueles momentos em que gostaríamos de ser um pouco diferentes. Mais confiantes, talvez, ou mais organizados. Mas, será que realmente podemos mudar traços tão enraizados em nós? Afinal, nossa personalidade é algo com o qual nascemos ou algo que podemos remodelar?
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Vamos começar com o básico. A personalidade é, sem dúvida, um dos pilares do nosso ser. Ela influencia desde as escolhas que fazemos até como interagimos no local de trabalho. De fato, nossos traços são mais fundamentais para o sucesso do que qualquer habilidade técnica que possamos adquirir.
Contudo, a personalidade é uma rua de mão dupla. Tome por exemplo o carisma e a confiança, que nos podem levar a posições de liderança, mas que, conforme observa Tomas Chamorro-Premuzic, também se correlacionam com o narcisismo.
Mas afinal, posso ou não mudar minha personalidade?
O primeiro passo, segundo especialistas, é entender verdadeiramente quem você é. Parece simples, não é? Mas muitos de nós temos uma visão distorcida de nós mesmos. Conforme John D. Mayer coloca, “Se alguém me chamar de ‘controlador’ uma vez, posso não prestar atenção. Mas se outra pessoa disser a mesma coisa, talvez seja hora de refletir”.
Então, como começamos esse processo de autoconhecimento? Uma das maneiras mais eficazes é através do feedback. Ao ouvir o que os outros têm a dizer sobre você, começa a emergir um retrato mais fiel do seu eu verdadeiro.
Após essa descoberta, o próximo passo é decidir o que você gostaria de mudar. Por exemplo, querer ser menos agradável pode se traduzir em um desejo de ser mais assertivo.
E aqui entra a parte desafiadora: mudar traços de personalidade não é algo que acontece da noite para o dia. Como Brent W. Roberts, professor de psicologia da Universidade de Illinois, afirma, “Você tem que dar às pessoas a oportunidade de experimentar novos comportamentos, implementá-los, fracassar neles, tentar novamente e orientá-los em um esforço para criar a habilidade em si”.
A mudança é possível, mas exige autoconsciência, determinação e, acima de tudo, prática. Só então podemos começar a reescrever partes do nosso eu interno e abraçar uma nova versão de nós mesmos.