A Gol anunciou que entrou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. Segundo a companhia aérea, o intuito é reestruturar suas obrigações financeiras de curto prazo e “fortalecer sua estrutura de capital para ter sustentabilidade no longo prazo”. A medida vale tanto para a Gol quanto para as suas subsidiárias.
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Atualmente, as dívidas da empresa estão estimadas em R$ 20 bilhões. No entanto, não há motivos para os clientes se preocuparem. Em nota divulgada, a Gol informou que todos os voos programados e todas as passagens aéreas vendidas continuam em vigor.
Em entrevista aos jornalistas, o CEO da companhia, Celso Ferrer, afirmou que não haverá diminuição do número de aeronaves em serviço. Além disso, o programa de fidelidade Smiles continuará disponível. Segundo Ferrer em entrevista, “o foco é endereçar os passivos durante esse período e organizar o fluxo daqui para frente”.
Recuperação Judicial nos Estados Unidos
O pedido da Gol foi realizado no Tribunal de Falências dos EUA para o Distrito Sul de Nova York. Conforme anunciado pelo CEO da Gol, o processo foi realizado no país norte-americano por recomendação dos advogados da companhia no país. A Gol utilizou um instrumento legal nos Estados Unidos, chamado de “Chapter 11”.
Com essa possibilidade, as empresas visam suspender a execução de dívidas e se reestruturar financeiramente e operacionalmente. Assim, a Gol anunciou também que solicitou US$ 950 milhões para financiar seus negócios na modalidade debtor-in-possession (devedor em posse). Esse valor foi arrecadador por meio de um empréstimo ofertado a empresas em recuperação judicial.
Contudo, o financiamento ainda precisa ser aprovado pelo judicial. “Juntamente com o caixa gerado pelas operações em curso, [o financiamento] fornecerá liquidez substancial para apoiar as operações, que seguem normalmente durante o processo de reestruturação financeira“, afirmou a companhia aérea em nota divulgada.
Mesmo tendo números operacionais satisfatórios, a Gol possui um alto custo com leasing (aluguel de aeronaves) e juros, o que impacta diretamente no fluxo de caixa da empresa. Além disso, a companhia enfrentou problemas com o atraso na entrega de aeronaves da Boeing, atrapalhando no ritmo de crescimento pretendido pela empresa.