Uma descoberta surpreendente agitou a pequena cidade de Conceição de Tocantins, no estado de Tocantins. Valdomiro Costa, um lavrador local, encontrou um verdadeiro tesouro enterrado enquanto procurava ouro na região. O achado consiste em um jarro repleto de mais de 200 moedas antigas do período do Brasil Colônia, datadas de 1816.
Veja também: Conheça 7 cédulas raras de até R$ 50 que podem valer R$ 4 mil
De fato, a descoberta, realizada com a ajuda de um detector de metais adquirido por Valdomiro para caçar ouro, levanta questionamentos sobre a possibilidade de encontrar outros tesouros escondidos pela região.
O hábito de enterrar moedas
A prática de enterrar moedas era comum na época, considerando o alto valor que esses itens representavam. André Rigue, especialista da comunidade numismática, esclareceu em entrevista ao portal Terra, que muitas vezes apenas o proprietário sabia do paradeiro desses tesouros, que permaneciam esquecidos após a morte do detentor.
A raridade das moedas coloniais
Rigue destaca a raridade dessas moedas do Brasil Colônia, cunhadas em metais como cobre, bronze, prata e ouro. Ele explica que, embora alguns colecionadores já tenham encontrado moedas de bronze e cobre com detectores de metais, estas são consideradas escassas e valiosas, o que aumenta ainda mais o significado do achado de Valdomiro.
A moeda mais valiosa
No caso específico, as 206 moedas de bronze datadas de 1816 são impressionantes por si só, mas o destaque vai para uma moeda de 960 réis cunhada em prata, conhecida como ‘Patacão’, que pode atingir valores ainda mais elevados. Rigue ressalta que o valor exato depende de diversos fatores, como o tipo da moeda, onde foi emitida, eventuais defeitos que a tornem mais rara e até mesmo detalhes como a contagem de pérolas impressas em algumas delas.
A questão do patrimônio histórico
Apesar do valor potencialmente expressivo dessas moedas, a comercialização pode não ser tão simples. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan) realizará análises para determinar o valor histórico das moedas, considerando a possibilidade de serem consideradas material arqueológico.
O conselho do especialista
Para quem se empolgou com a história de Valdomiro, Rigue oferece um conselho para identificar potenciais tesouros semelhantes: “Não tem erro. São moedas grandes, datadas entre 1700 até 1800. Se você tiver dinheiro com essa data, saiba que é valioso”.
As moedas comemorativas de 2016
Além das moedas do Brasil Colônia, o especialista destaca que moedas mais recentes também podem ser valiosas para colecionadores. Nesse sentido, as moedas comemorativas dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro de 2016, por exemplo, podem valer até R$ 300, mesmo sendo de valor nominal de R$ 1.
As cédulas raras e curiosas
Já as cédulas também têm seu valor no mercado de colecionadores. Notas raras, como a de R$ 50 sem a frase ‘Deus seja louvado’, podem atingir valores entre R$ 3,5 mil e R$ 4 mil. Assim, outras cédulas, como a de R$ 5 com detalhes, podem chegar a R$ 400.
Portanto, detalhes como símbolos na numeração e até mesmo erros de impressão, como na moeda de 50 centavos emitida erroneamente como de 5 centavos, podem valorizar o dinheiro, chegando a até R$ 1,8 mil.