Basta estudar um pouco sobre o mercado imobiliário para descobrir que, nos últimos 20 anos, ficou cada vez mais difícil comprar uma casa. Mas esse problema não é exclusivo do Brasil; países como os Estados Unidos também enfrentam esse dilema.
E isso pode ser comprovado por um novo relatório que traz a preocupação de muitos compradores em relação a uma casa nova. Dependendo do lugar, adquirir um imóvel tornou-se algo praticamente impossível. O motivo é o valor da renda média em comparação aos preços praticados pelo mercado imobiliário.
Ao final do estudo, os pesquisadores chegaram à conclusão de que a procura por casas com espaço externo, desejo impulsionado pela pandemia, associada às políticas de expansão urbana com limitação do solo e à acumulação de investidores, fez com que os preços dos imóveis atingissem níveis impraticáveis para muitas pessoas.
Top 10 locais mais “inacessíveis” para morar em 2024
Se você está se perguntando quais são as cidades mais caras para morar em 2024, saiba que cinco dos 10 locais são cidades dos EUA na Costa Oeste e no Havaí. Os dados são do relatório anual Demographic International Housing Affordability, que atua nessa análise há 20 anos.
Pode não parecer algo surpreendente, mas as cidades mais caras dos Estados Unidos para comprar uma casa são San Diego, São Francisco, Los Angeles e San José, todas localizadas no estado da Califórnia. Honolulu, capital do Havaí, também aparece no ranking, na sexta posição.
Além dos EUA, a Austrália é outro país a aparecer na lista das cidades mais caras para se viver. O país é representado por Sydney, Melbourne e Adelaide. O Canadá também figura, desta vez com Vancouver e Toronto.
Mas, apesar disso, o topo da tabela global surpreende com a classificação em primeiro lugar de Hong Kong, conhecido como o centro financeiro asiático de apartamentos minúsculos e altas rendas. Este é o único local chinês analisado pelo relatório.
Confira a seguir as 10 principais cidades “inacessíveis” do mundo:
- Hong Kong
- Sydney
- Vancouver
- San Jose
- Los Angeles
- Honolulu
- Melbourne
- San Francisco/Adelaide
- San Diego
- Toronto
Vista da cidade de Melbourne, Austrália (Foto: Alexandre.ROSA/Shutterstock)
Por que os valores estão tão altos?
Para chegar a este ranking, o relatório mede a acessibilidade utilizando uma média de preço e rendimento da habitação, dividida pelo ganho familiar médio bruto.
Neste caso, o levantamento associa o aumento do trabalho home office, ou seja, a partir de casa, durante a pandemia, à procura de casas fora das cidades, por sua vez, com foco em mais espaço interior.
Por outro lado, a subida dos preços dos imóveis também tem correlação com as novas políticas de utilização dos solos dos países do ranking, usadas para frear a expansão urbana sem planejamento.
“A classe média está sitiada principalmente devido à escalada dos custos da terra. À medida que a terra foi racionada num esforço para conter a expansão urbana, o excesso de procura sobre a oferta fez subir os preços”, diz o relatório. Além disso, os preços aumentaram ainda mais quando os investidores decidiram focar no mercado imobiliário para obter lucro.
Por fim, segundo os pesquisadores, o ideal é esperar por uma mudança na política ou então pela queda da procura. Outra recomendação é ir contra a maré e investir nas cidades mais acessíveis.