Ave de rapina é um termo que remete à força e habilidade na caça. Entre essas aves, a harpia é reconhecida como a ave mais forte do mundo, com seu título registrado no Guinness World Records.
Não é para menos: além das pernas poderosas, garras imponentes e bico em formato de gancho, ela tem a capacidade de carregar mais de 10 quilos.
Conhecida cientificamente como Harpia harpyja, essa ave é também designada por gavião-real ou águia-imperial-brasileira. O pássaro habita florestas tropicais do sul do México, Argentina e quase todo o Brasil.
Características da ave mais forte do mundo
Foto da harpia – Créditos: Murilo Gualda / Getty Images
Com hábitos solitários ou em pares, as harpias adultas podem alcançar até 90 cm de altura e mais de 2 metros de envergadura, com machos pesando até 8 kg e fêmeas, 4,8 kg. São predadores natos, construindo grandes ninhos no topo das árvores, de onde observa e escolhe suas presas.
A alimentação da harpia reflete sua potência: ela se alimenta de mamíferos de médio a grande porte, como preguiças, porcos-espinho, cachorros-do-mato e primatas. Segundo a Fauna Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, esses hábitos carnívoros são necessários para a manutenção de sua energia e robustez.
Além de sua impressionante capacidade de caça, a harpia tem um papel cultural importante. Nas tribos indígenas brasileiras, ela é vista como a personificação dos caciques, representando avidez e força. Algumas etnias chegam a manter uma harpia viva no centro da aldeia, como um símbolo de poder e respeito.
Risco de extinção da ave de rapina
Apesar de sua imponência, a harpia enfrenta sérios riscos de extinção. A destruição das florestas tropicais, seu habitat natural, ameaça a sobrevivência dessa espécie.
Além disso, sua reprodução lenta – com a postura de apenas dois ovos por ano entre setembro e novembro – agrava ainda mais a situação.
Iniciativas de preservação
A preservação da harpia é uma prioridade para várias organizações, incluindo o Zoológico do Centro de Instrução de Guerra na Selva (Zoo CIGS). O local é um dos poucos zoológicos brasileiros equipados para cuidar dessa espécie em cativeiro.
Em janeiro, a equipe do zoológico dedicou uma semana inteira a cuidados especiais com uma harpia amazônica fêmea de mais de 20 anos. Durante a inspeção de saúde, foram coletadas amostras biológicas e realizados exames biométricos para garantir o bem-estar do animal.
O Exército Brasileiro também desempenha um papel fundamental na conservação da harpia, colaborando com a manutenção da biodiversidade e promovendo a educação ambiental em todo o país.