Apostas online têm ‘comido’ grande parte do orçamento dos brasileiros

Gasto crescente com apostas online no Brasil tem gerado preocupações devido ao seu impacto significativo no orçamento familiar.



O Banco Central (BC) trouxe à tona dados alarmantes sobre os gastos dos brasileiros com apostas online.

Só em transferências realizadas via Pix, os valores mensais oscilaram entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões neste ano, tal fenômeno tem despertado crescente atenção de especialistas e autoridades.

Entre as modalidades de apostas, encontram-se desde eventos desportivos até cassinos virtuais, ambos à espera de regulamentação no Brasil.

Em agosto, o montante envolvido superou em muito os R$ 1,9 bilhão arrecadados pelas loterias da Caixa Econômica Federal.

Popularidade e perfil dos apostadores

Estimativas indicam que cerca de 24 milhões de brasileiros realizaram um Pix direcionado a casas de apostas online.

A faixa etária predominante vai de 20 a 30 anos, com variações significativas nos valores apostados conforme a idade.

Os jovens gastam em média R$ 100 mensais, enquanto os mais velhos despendem valores que ultrapassam os R$ 3 mil.

Gráfico aponta média de gasto dos brasileiros com bets, ao indicar ainda quantidade de pessoas e idade – Imagem: reprodução/Banco Central

Impacto em beneficiários de programas sociais

Em agosto de 2024, aproximadamente cinco milhões de beneficiários do Bolsa Família destinaram R$ 3 bilhões para apostas, e, desse grupo, 70% são chefes de família.

Segundo a análise, os valores médios de transferência para este segmento alcançaram R$ 100.

Regulamentação em curso

Com a introdução de uma nova legislação, o mercado de apostas caminha para uma regulamentação mais completa.

Empresas que desejam operar legalmente já tinham de solicitar autorização ao governo a partir de outubro.

Em janeiro de 2025, todas as normas, inclusive a proibição do uso de cartão de crédito para apostas, estarão em vigor.

IBGE vai identificar quanto o brasileiro gasta com apostas online

A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a cada seis ou sete anos, analisa os hábitos de consumo dos brasileiros para compreender o destino do orçamento das famílias.

Tal avaliação é crucial para ajustar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que representa de forma precisa a inflação real enfrentada pela população.

Na próxima edição, feita com base em 2024, serão inclusas as apostas online nas análises do IBGE a fim de entender essa tendência de consumo de modo objetivo.




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