Em março de 2023, o Brasil deu um passo à frente na modernização de suas rodovias ao inaugurar o primeiro pedágio sem cancela, conhecido como free flow.
Implementado na BR-101, no trecho entre Itaguaí, Mangaratiba e Paraty, no Rio de Janeiro, o sistema busca oferecer maior fluidez no tráfego. No entanto, a novidade ainda enfrenta desafios significativos.
Apesar de utilizar tecnologias de alta precisão capazes de identificar todos os veículos, uma parcela dos motoristas ainda resiste ao novo modelo.
Durante o primeiro ano de operação, verificou-se que 8% dos motoristas não efetuaram o pagamento do pedágio. Tal inadimplência pode resultar em penalidades severas, tornando o assunto bastante controverso.
Conforme estipulado pelo Código de Trânsito Brasileiro, a falha em pagar o pedágio caracteriza-se como infração grave. Motoristas nessa situação estão sujeitos a uma multa de R$ 195,23, além de acumular cinco pontos na carteira de habilitação.
Para minimizar problemas, a maioria dos condutores opta por usar tags eletrônicas ou um aplicativo específico para realizar o pagamento.
Adaptações no sistema e novas regras
No futuro, as praças de pedágio podem tornar-se inúteis – Imagem: Shutterstock
Para mitigar a inadimplência nos pedágios free flow, o prazo de pagamento foi inicialmente reduzido de 54 para 6 dias.
Porém, recentemente o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) promoveu mais algumas alterações. Agora, o prazo para quitação foi estendido para 30 dias, e tornou-se possível contestar cobranças caso ocorram equívocos.
Outra mudança significativa foi a introdução do pagamento por trecho percorrido, em vez de valores fixos. Essa tarifa dinâmica visa atender melhor as necessidades dos motoristas. No entanto, a inadimplência continua a ser a principal preocupação das autoridades.
Resumidamente, os principais números a respeito do pedágio free flow até agora são:
- Identificação dos veículos: 100% precisão
- Inadimplência inicial: 8%
- Multa por não pagamento: R$ 195,23
- Pontos na CNH por infração: 5 pontos
O sistema registra imagens dos veículos inadimplentes por até cinco anos, o que pode impedir viagens internacionais desses motoristas. Além disso, motoristas estrangeiros que acumulam débitos enfrentam restrições mais severas.
O futuro do pedágio sem cancela no Brasil dependerá da aceitação dos motoristas e da capacidade do sistema de superar a inadimplência. Com melhorias contínuas e avanço tecnológico, espera-se que o free flow se torne um modelo eficaz de cobrança em rodovias nacionais.