As condições climáticas extremas, como seca e calor, têm impactado fortemente a produção de café no Brasil. Em Cerqueira César, São Paulo, os produtores enfrentam desafios para manter a qualidade e a quantidade da safra, enquanto os consumidores sentem os efeitos dessa situação no bolso.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) revelou um aumento de quase 33% no custo do café em 12 meses até novembro.
Nos supermercados, um pacote de 1 kg da bebida custa, em média, R$ 48,57. Esse valor é significativamente superior ao observado em janeiro, quando era de R$ 35,09.
A expectativa é que a situação climática em 2025 determine o futuro do setor. Especialistas indicam que as condições meteorológicas serão cruciais para a recuperação das lavouras e estabilização dos preços.
Impacto do clima na produção cafeeira
As regiões produtoras, como Minas Gerais e São Paulo, foram severamente atingidas por secas e altas temperaturas, e nem mesmo áreas irrigadas escaparam dos danos. O café arábica registrou seu maior preço histórico, devido à perda de folhas e abortamento de frutos.
Produtores têm adotado podas drásticas nas lavouras, uma técnica conhecida como ‘esqueletamento’, buscando melhorar colheitas futuras.
Embora a safra de 2024 deva atingir 54,8 milhões de sacas, isso representa uma queda de 0,5% em relação ao ano anterior.
Influência internacional e logística
A demanda global por café continua em alta, com o consumo crescendo 0,78% entre janeiro e outubro de 2024. O Brasil, além de atender ao mercado interno, tem expandido suas exportações, especialmente para a China, que aumentou suas compras em 17% ao ano.
Além dos problemas climáticos locais, o Vietnã também enfrenta dificuldades em sua produção de café robusta, impactando o mercado global. A logística de exportação do grão tem sido afetada por conflitos no Oriente Médio, elevando custos e tempo de transporte.
Especialistas preveem que os preços elevados do café persistirão até 2026. As expectativas são de que, com boas condições climáticas em 2025, as lavouras possam se recuperar, garantindo melhores colheitas no futuro.