Prejuízo de R$ 70,6 milhões: idosa processa lotérica que não registrou aposta vencedora

Elza Almeida alega que erro da lotérica a privou de prêmio milionário; Justiça analisa pedido de indenização.



Um episódio inesperado envolvendo a Mega da Virada 2024 deu origem a uma batalha judicial. Elza Jesus de Almeida, uma idosa de 64 anos que vive em São Paulo, afirma ter acertado os números vencedores, mas não teve sua aposta registrada pela lotérica.

O erro impediu a mulher de ter acesso a um prêmio estimado em R$ 70,6 milhões. Para compensar o ocorrido, a defesa de Elza busca na Justiça uma indenização.

Realizado em 31 de dezembro, o sorteio trouxe esperança para Elza, que se preparava para compartilhar o prêmio de R$ 635.486.165,38, dividido entre oito sortudos. Caso seu direito ao prêmio seja reconhecido, o valor seria repartido em nove partes, dando a cada vencedor R$ 70,6 milhões.

No entanto, a frustração tomou conta quando Elza percebeu que sua aposta não havia sido registrada.

Reclamações e busca por justiça

A idosa apresentou um canhoto preenchido à mão com combinações de números, incluindo a sequência vencedora: 01, 17, 19, 29, 50 e 57. Contudo, a lotérica registrou apenas duas apostas, omitindo a premiada.

Elza e seu filho buscaram auxílio policial e solicitaram imagens das câmeras de segurança do local, sem sucesso. Agora, seu advogado, Evandro Rolim, tenta provar judicialmente a presença da cliente na lotérica.

Segundo Rolim, o objetivo é comprovar que a mulher tinha uma chance real de vitória, algo que não se concretizou devido a falhas no sistema da lotérica.

“Esperamos que a análise do laudo seja favorável, permitindo pedir indenização baseada na perda de uma oportunidade”, afirmou em entrevista. Com isso, Elza mantém a esperança de que, antes de falecer, possa vê-la reconhecida como vencedora.

Respostas e posicionamentos

O dono da lotérica alega que todas as imagens foram encaminhadas à Caixa Econômica Federal e que o atendimento foi normal. Já a Caixa destaca que o recibo emitido no momento da aposta é o único documento válido para recebimento de prêmios.

Até o momento, o banco não comentou sobre as imagens do atendimento.

Casos semelhantes

Elza não está sozinha nesta situação. Em Campo Grande, um casal aguarda há 25 anos por uma reparação após uma falha semelhante. Eles compraram cotas de um bolão em 1999, mas a aposta não foi registrada, gerando uma longa batalha judicial.

Em agosto de 2023, o STF decidiu que o casal deveria ser indenizado em R$ 25 mil por danos morais e R$ 675.356,57 por danos materiais. No entanto, a compensação ainda não foi paga, e os valores aguardam atualização judicial.

De acordo com informações da Caixa, prêmios acima de R$ 2.259,20 devem ser retirados nas agências, com pagamento em até dois dias úteis após a apresentação do recibo oficial. Sem este, a probabilidade de Elza garantir o prêmio é mínima.




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