Funções da Linguagem

Saiba o que são as funções da linguagem, para que servem e quais são suas seis classificações indispensáveis no processo de comunicação.



A linguagem é uma das formas mais expressivas de comunicação e apreensão do mundo. Afinal, o ser humano precisa se comunicar e, para isso, utiliza códigos que representam seus pensamentos, sentimentos, desejos e ações. O processo comunicacional é envolto em uma série de questionamentos que inclui o que é possível expressar e para que a linguagem funciona?

O que são as funções da linguagem?

As funções ou finalidades da linguagem são as diversas maneiras de utilização da linguagem conforme o contexto e intenção de quem fala. Em outras palavras, são o modo de sintetizar a multiplicidade da própria linguagem.

Para que servem as funções da linguagem?

As funções da linguagem servem para esclarecer as particularidades de cada tipo de discurso e, assim, possibilitar que o processo comunicacional seja aprimorado, bem como o entendimento da finalidade de um texto.

Elementos presentes na comunicação

Antes de nos aprofundar nos tipos de função da linguagem, é importante compreender o conceito de elementos presentes em todos os processos comunicacionais. Veja quais são:

  • Emissor: quem envia a mensagem, remetente, falante
  • Receptor: quem recebe a mensagem, destinatário, ouvinte
  • Mensagem: o que se fala, conteúdo transmitido.
  • Código: meio pelo qual é passada a mensagem (escrita, falada, gestual)
  • Canal: como a mensagem circula (telefone, jornal)
  • Contexto: onde receptor e emissor estão inseridos, ou seja, situação, lugar.

Funções da Linguagem

Quais são os tipos de funções da linguagem?

A classificação das funções da linguagem variam conforme a função que desempenham no discurso. Cada tipo de função desempenha um papel que se relaciona com os demais elementos presentes na comunicação, ou seja, emissor, mensagem, receptor, canal, código e contexto.

O objetivo das diferentes classificações das funções da linguagem é determinar a intenção dos atos comunicativos. É importante mencionar que vários tipos de função podem estar presentes em um mesmo contexto, apesar de um deles ser predominante. Diante disso, podemos distinguir seis tipos, sendo eles:

  • função metalinguística: o principal ponto da função metalinguística, como o próprio nome já diz, é o uso da metalinguagem. Isto significa a linguagem que se refere a ela mesma, ou seja, um código que utiliza o próprio código. Exemplos: dicionários, gramáticas e documentários cinematográficos sobre o cinema – vocábulo: palavra, cada uma das unidades átonas do léxico.
  • função conativa ou apelativa: a função apelativa tem o objetivo de persuadir o receptor da mensagem no intuito de convencê-lo a alguma coisa. O foco, então, está no receptor e normalmente se apresenta na segunda ou terceira pessoas. É comum a presença de vocativos, modo imperativo e pronomes pessoais como tu e você. Exemplos: discursos políticos e propagandas publicitárias. – Faça já sua matrícula!
  • função fática: esta função tem o objetivo de interromper, prolongar ou estabelecer um processo de comunicação focando, então, na relação entre emissor e receptor. Em suma, é mais importante o contato entre emissor e receptor do que o que e como se fala. A maior preocupação, assim, é com o canal utilizado. Exemplo: diálogos telefônicos e saudações – Alô! Quem está falando?
  • função poética: esta é a função característica da literatura na qual é notável o sentido conotativo das palavras. Deste modo, o emissor está mais preocupado na maneira como a mensagem vai ser expressa, ou seja, a forma da mensagem, o que é demonstrado pela escolha das palavras, expressões e figuras de linguagem. A preocupação está mais em como dizer do que com o que dizer. O principal elemento comunicativo desta função é a mensagem. Exemplos: textos literários e publicidade. – De tudo, ao meu amor, serei atento…
  • função emotiva ou expressiva: o principal objetivo do emissor é transmitir suas emoções, estado de ânimo, subjetividades e sentimentos através da opinião. O texto é normalmente escrito em primeira pessoa, uma vez que denota um caráter pessoal por direcionar ao receptor. Importante notar que a maior parte dos textos emotivos é marcado por sinais de pontuação, como pontos de exclamação e reticências, além de interjeições. Exemplos: cartas, diários e textos poéticos – Ah, que maravilha!
  • função referencial ou denotativa: o objetivo é informar, referenciar ou transmitir alguma coisa de forma objetiva, por isso, também é conhecida por função informativa. É o tipo de função mais presente na Comunicação e é expresso na terceira pessoa, o que caracteriza o seu caráter impessoal. O foco é o assunto ou o referente. Exemplos: notícias e reportagens jornalísticas, materiais didáticos e textos científicos – Oficiais do Corpo de Bombeiros resgataram um gato preso em uma árvore há nove dias. (Observe que o objetivo, aqui, é informar quanto ao resgate do gato).

Como cai na prova

Prova: Técnico em Enfermagem
Órgão: UFAL
Banca: Copeve-UFAL
Ano: 2018

Cotovia

Alô, cotovia!
Aonde voaste,
Por onde andaste,
Que saudades me deixaste?
– Andei onde deu o vento.
Onde foi meu pensamento
Em sítios, que nunca viste,
De um país que não existe…
Voltei, te trouxe a alegria.
Os melhores poemas de Manuel Bandeira. SP, Global, 1994, p. 130.

Em cada mensagem, podem-se encontrar elementos envolvidos correspondentes a diferentes funções da linguagem. Pela estrutura linguística, marcada tanto pelas formas verbais e pronominais, quanto pelo emprego de figuras de linguagem, na estrofe predominam as funções da linguagem:

  1. apelativa e fática, centradas no receptor e no contato.
  2. emotiva e poética, centradas no emissor e na mensagem.
  3. referencial e apelativa, centradas no contexto e no contato.
  4. emotiva e metalinguística, centradas no emissor e no código.
  5. poética e referencial, centradas na mensagem e no contexto.




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