Entre os conteúdos programáticos presentes nos editais de concursos públicos, a matéria de História está sempre presente. No detalhamento dos assuntos cobrados, ela pode ser dividida entre História Mundial, História do Brasil e ainda, História do estado ao qual se refere o concurso, caso ele seja estadual.
Na hora de estudar, o mais importante é entender o contexto geral, e como um acontecimento está diretamente ligado ao outro, ao invés de se preocupar em memorizar as datas.
Apesar de extenso, o conteúdo de História do Brasil para concursos públicos é muito interessante e prazeroso de se estudar.
Período Pré-Colonial (1500 – 1530)
- Chegada dos portugueses ao Brasil
Antes de falar sobre o descobrimento do Brasil, precisamos citar um fato importante. Naquele período, nos séculos XV e XVI, vivia-se a época Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos. Os grandes protagonistas dessas expedições em busca de novas terras foram Portugal e Espanha.
Nos últimos anos, historiadores têm questionada o termo “descobrimento”, pois ele remete à ideia de que não haviam habitantes aqui. Portanto, em reconhecimento e existência dos índios que habitavam o território, o mais correto é usar a expressão “chegada dos portugueses”.
Por muito tempo a chegada em terras brasileiras foi tratada como uma acidente, uma vez que o desejo inicial dos portugueses era navegar até as Índias. Entretanto, atualmente, essa versão é um tanto questionada.
Muitos historiadores afirmam que Pedro Álvares Cabral não foi o primeiro a chegar aqui, tendo, inclusive, sido orientado a verificar as terras a oeste, enquanto navegava até o destino inicial.
O fato é que as numerosas caravelas partiram de Lisboa em março de 1500 e demoraram cerca de um mês para chegar até aqui. Ao confirmarem a existência do território, Gaspar de Lemos, um navegador experiente que estava na esquadra, retornou para o país lusitano levando a carta de Pero Vaz de Caminha.
Assim, em 22 de abril de 1500 os expedicionários aportam na Bahia, no local que ficou conhecido como Porto Seguro. Inicialmente, acreditavam que tratava-se de um ilha, e batizaram-na de Ilha de Vera Cruz, mais tarde, vendo que na verdade o era um continente, mudaram o nome para Terra de Santa Cruz.
Somente depois de algum tempo, em 1511, por conta da abundância de pau-brasil, é que o território recebeu o nome de Brasil.
A princípio Portugal não deu muita importância para as novas terras, e neste momento, apenas levavam o pau-brasil para a metrópole. A notícia das riquezas do território despertou interesse de outros países europeus. Assim, em 1530, a expedição do enviado da Coroa, Martim Afonso de Souza, parte rumo ao país com o objetivo de iniciar a colonização.
Período Colonial (1530 – 1822)
- Início da colonização
Em 1532, Martim Afonso de Souza funda a Vila de São Vicente, no litoral de onde hoje está o estado de São Paulo. Ali, foi o primeiro núcleo de povoamento do recém descoberto país. Neste momento, as atividades econômicas ainda estavam concentradas na exploração do pau-brasil, que era abundante na costa brasileira.
Este movimento ficou conhecido como o Ciclo do Pau-Brasil. Contudo, era uma atividade meramente extrativista, exercida pelos indígenas e poucos portugueses que aqui estavam.
- Capitanias Hereditárias
Um problema recorrente no período era a pirataria francesa. Assim, para evitar este tipo de ataques, colonizar efetivamente e assegurar a posse da nova terra, Portugal dividiu o Brasil em 15 capitanias hereditárias.
Cada uma delas foi foi doada a um membro da baixa nobreza de portugal, os chamados capitães ou donatários. Dessa forma, cada um era responsável pela colonização e proteção de seu território.
Também nessa fase, a atividade açucareira iniciada por Martim de Souza ganha forças, e se consolida como atividade econômica, principalmente no nordeste brasileiro.
O principal objetivo era suprir as necessidades de Portugal em relação ao produto, consequentemente, tornando-se um negócio altamente lucrativo. O período do auge dos engenhos ficou conhecido como Ciclo da Cana-de-açúcar.
- Governo Geral
Criado por Portugal em 1548, com o objetivo de estabelecer a administração colonial, o Governo Geral durou até 1572, quando o Brasil foi dividido em dois governos, (Governo do Norte, cuja sede era Salvador e Governo do Sul, cuja sede era o Rio de Janeiro).
Os governadores deste período foram os seguintes:
- Tomé de Souza (1549 -1553)
- Duarte da Costa (1553 – 1558)
- Mem de Sá (1558 – 1572)
Em 1578 o país foi unificado e pouco tempo depois, em 1580, Portugal e todas as suas colônias ficaram sob domínio espanhol, na chamada Unificação Ibérica. Nesta época, em 1621, o território brasileiro foi dividido em dois estados: Estado do Maranhão e Estado do Brasil.
O domínio da Espanha durou até 1640, e o país foi novamente unificado em em 1774, sob decreto do Marquês de Pombal.
Aqui, vale frisar que durante o período do domínio espanhol, muitas tentativas de invasão de outros países aconteceram, principalmente no Estado do Brasil. Uma das maiores ameaças eram os holandeses, que por duas vezes, ainda que por pouco tempo, invadiram o território da Bahia e de Pernambuco.
- Ciclo do Ouro em Minas Gerais
As primeiras descobertas de metais preciosos no Brasil aconteceram por volta de 1690, primeiro na região de Minas Gerais, e posteriormente no restante do território. O apogeu da atividade aurífera aconteceu no século XVIII.
No período compreendido entre 1750 e 1770, em virtude de vários fatores, Portugal passava por uma grave crise econômica, portanto, as riquezas do Brasil enquanto colônia foram exaustivamente exploradas.
O Ciclo do Ouro em Minas Gerais trouxe ao país, principalmente nas regiões produtoras de ouro, um grande fluxo de pessoas. Estima que o número total de habitantes tenha passado de 300 mil para 3 milhões de pessoas.
O aumento populacional consequentemente aumentou a urbanização e a intelectualização no país. Por conta da crise econômica, Portugal passou a acompanhar mais de perto a economia da colônia. Nesta época a capital do país deixa de ser Salvador e passa para o Rio de Janeiro.
Os impostos aumentaram consideravelmente, provocando insatisfações em relação ao governo português, o que gerou uma série de revoltas, entre elas, a Inconfidência Mineira. Era o início das movimentações para a Independência do Brasil.
- Vinda da Família Real para o Brasil
Em 22 de janeiro 1808, fugindo das invasões Napoleônicas, a família real portuguesa chega ao Brasil. A medida foi tomada por D. João para assegurar a independência de Portugal.
Contando com apoio do Inglaterra, que posteriormente se beneficiaria com acordos econômicos, a sede do governo monárquico foi transferida para o Brasil. Enquanto isso o país lusitano foi governado pelo Conselho de Regência.
Depois de aportarem na Bahia, transferiram-se para o Rio de Janeiro. Com a instalação da corte portuguesa, a cidade sofreu intensas mudanças, tanto no que se refere à infraestrutura e ao comércio, quanto no que tange a vida cultural dos habitantes.
Os historiadores tratam a vinda da corte para o Brasil como um fator que acelerou a Independência, que chegaria poucos anos depois, em 1822.
Período Imperial (1822 – 1889)
- Independência do Brasil
As guerras napoleônicas chegaram ao fim em 1815, mesmo ano em que o Brasil deixou de ser colônia e passou a fazer parte do Reino Unido de Portugal e Algarves.
Um dos principais motivos para que isso tenha acontecido, é que os representantes de outros países europeus, durante o Congresso de Viena, manifestaram não viam com bons olhos a transferência governo do país lusitano para uma simples colônia, não reconhecendo, portanto a autoridade de D. João.
Um dos benefícios garantidos a Inglaterra, de acordo com a informação mencionada anteriormente, foi a abertura dos portos às nações amigas de Portugal. Um tratado econômico que possibilitou o comércio entre a colônia e os ingleses, que viam aqui, um mercado bastante promissor.
Assim, com o fim no monopólio, a elite rural aumentou consideravelmente os interesses em relação a expansão do comércio. Além disso, temiam um processo de recolonização, o que acirrava o desejo de Independência.
Dessa forma, quando D. João regressa para Portugal, seu filho, D. Pedro I, então regente, estreita as relações com os ruralistas. Em 9 de janeiro de 1822, contrariado ordens vindas de Portugal ele decidiu ficar no país, e com apoio da elite agrária, em 7 de setembro de 1922, proclamou a Independência do Brasil, tornando-se, então, seu primeiro imperador.
Dois anos depois, em 1924, foi outorgada a primeira Constituição brasileira, mantendo o regime monárquico.
- Primeiro Reinado, Abdicação de D. Pedro I e Período Regencial
O período compreendido entre 7 de setembro de 1822 e 7 de abril de 1831, ficou conhecido na história do Brasil como o Primeiro Reinado. Marcado por uma série de conflitos, descontentamento da população e intensa crise econômica, ele chegou ao fim com a abdicação de Dom Pedro I em favor de seu filho, Dom Pedro II.
Este, tinha apenas cinco anos, e portanto, era incapaz de governar. Assim, deu-se início do Período Regencial, que pode ser dividido em quatro fases:
- Regência Trina Provisória (Abril a Julho de 1831)
- Regência Trina Permanente (1831 a 1834)
- Regência Una do Padre Feijó (1835 – 1837)
- Regência Una de Araújo Lima (1837 – 1840)
Assim como o Primeiro Reinado, este período foi marcado por uma série de conflitos, principalmente de caráter separatistas. Como exemplo dos chamados conflitos regenciais, podemos citar a Cabanagem, Revolução Farroupilha, Sabinada e Balaiada.
- Golpe da Maioridade e início do governo de D. Pedro II
Em resposta ao estado de insatisfação popular, para colocar fim ao Período Regencial, em 1840, D. Pedro II, aos 14 anos, foi declarado maior de idade. Isso aconteceu como uma tentativa do partido liberal de recuperar a estabilidade no país.
Este acontecimento marca o início do Segundo Reinado, que se estende até 1889, quando acontece o golpe que resultou na Proclamação da República. Depois de períodos conturbados, registou uma relativa calmaria entre as províncias.
A principal marca desse governo é a implantação do Parlamentarismo, que ficou conhecido como parlamentarismo às avessas, por ser inspirado na Inglaterra, e ao mesmo tempo muito diferente do utilizado lá.
As atividades agrícolas experimentaram um período de prosperidade, onde o país mais exportava do que importava café, que naquele momento era um dos principais produtos daqui.
Entretanto, após os longos anos do Segundo Reinado, apesar da relativa tranquilidade em relação aos conflitos, todos os setores da sociedade encontravam-se insatisfeitos.
As principais reivindicações estavam ligadas a mudanças no governo, assim como maior participação na política. Outros fatores de insatisfação, eram as altas despesas com a Guerra do Paraguai, aumento excessivo dos impostos, corrupção na corte, crítica de alguns fazendeiros em relação a abolição da escravatura e a relação próxima entre Estado e Igreja.
Dessa forma, em 15 de novembro de 1889, o principal chefe do Exército Brasileiro, Marechal Deodoro da Fonseca, contando com o apoio dos republicanos e dos militares, consolidou um golpe de Estado que deu início a República no Brasil.
Período Republicano (1889 – presente)
- Proclamação da República
A Proclamação da República aconteceu em 15 de novembro de 1889 e marcou a queda do Império e o fim da Monarquia Constitucional Parlamentar vigente do país. A Era Republicana tem início com o primeiro presidente, Marechal Deodoro da Fonseca, que governou o Brasil até 1891.
Depois do golpe de Estado bem sucedido, o Marechal legitima a República e encaminha a Portugal o pedido de abdicação de D. Pedro II, bem como a saída da família real portuguesa do país. Estes, três dias depois, em 18 de novembro de 1889, partem rumo a Europa.
A Primeira República durou até 1930, quando Getúlio Vargas assume o poder e ela começa a ser chamada de República Velha. Ela foi dividida em dois períodos: a República da Espada, durante os governos militares de Deodoro da Fonseca e seu sucessor, Floriano Peixoto.
O outro, República Oligárquica, estendeu-se até 1930, caracterizando-se principalmente pelo revezamento e a troca de favores, entre as elites rurais de São Paulo e Minas Gerais.
- Revolução de 1930 e Era Vargas
O último presidente da República Velha foi Washington Luís, quando aconteceu a Revolução de 1930, que na prática, foi um golpe de Estado.
É necessário lembrar que até este momento a principal característica do governo presidencialista brasileiro era o revezamento do poder entre São Paulo e Minas Gerais, por meio de eleições fraudulentas.
Em 1930 estava programada uma nova eleição para a presidência, onde quem deveria assumir em um político mineiro, membro do Partido Republicano Mineiro. Entretanto, o Partido Republicano de São Paulo indica o paulista Júlio Prestes para ser o sucessor de Washington Luís, rompendo, então, com a política café-com-leite.
A situação gerou um profundo descontentamento aos políticos mineiros, que acabaram se aliando com políticos da Paraíba e do Rio Grande do Sul, formando a Aliança Liberal que lançaria Getúlio Vargas como candidato à presidência.
Contudo, Júlio Prestes venceu as eleições. Insatisfeita com o resultado, a Aliança Liberal acusou fraude no processo eleitoral e poucos meses depois, Vargas lançou o manifesto “Rio Grande, de pé pelo Brasil”, declarando a Revolução.
O político deixa o Rio Grande do Sul, rumo ao Rio de Janeiro, onde depois de poucos dias de combate, derrubou Washington Luís e assumiu o poder como chefe do Governo Provisório. A Constituição foi revogada e o governo era feito por meio de decretos.
Getúlio Vargas governou o Brasil por 15 anos, estes, divididos em três fases:
- Governo Provisório (1930 – 1934)
- Governo Constitucional (1934 – 1937)
- Estado Novo (1937 – 1945)
Durante este período, importantes direitos foram conquistados, tais como o voto secreto, voto feminino, Consolidação das Leis de Trabalho (CLT).
Em 1945, Getúlio Vargas foi deposto por um golpe militar, que deu fim ao seu governo ditatorial. Seis anos depois, em 1951, volta à Presidência por meio do voto popular. Em agosto de 1954, o presidente se matou com um tiro no peito.
A morte de Getúlio Vargas provocou uma alta instabilidade política. Em um período de dezessete meses, três presidentes assumiram o país. Em 1955, Juscelino Kubitschek foi eleito, transferindo a capital do país para Brasília.
O próximo presidente, Jânio Quadros governou de 31 de janeiro a 25 de agosto de 1961, quando renuncia ao seu posto. Lealmente, João Goulart, que era o vice-presidente, deveria assumir o poder, entretanto, ele foi acusado pelos militares de ser comunista.
Com isso, foi promulgada a Emenda Constitucional nº 4, que limitava os poderes do presidente, implantou o parlamentarismo no governo brasileiro. Goulart tomou posse em 7 de setembro de 1961 e governou até 31 de março de 1964, quando um governo militar o tira o poder.
A essa altura, o presidencialismo já tinha sido restituído por meio de um plebiscito em 1963.
- Ditadura Militar
A ditadura militar brasileira compreende o período entre 1964 e 1985. No mês seguinte ao golpe, em 9 de abril de 1964, foi promulgado o Ato Institucional nº 1, dando amplos poderes ao Alto Comando Militar.
O governo ditatorial é marcado principalmente pelo concentração do poder, autoritarismo, restrição aos direitos políticos, censura à imprensa. Além disso, os opositores do regime sofreram forte perseguição, tortura, morte e prisão, até em 1979 foi assinada a Lei da Anistia, suspendendo as penalidades impostas pela ditadura.
Durante os 21 anos de duração do regime militar, o Brasil teve cinco presidentes:
- Marechal Castelo Branco (1964 – 1967)
- General Costa e Silva (1967 – 1969)
- General Médici (1969 – 1974)
- General Ernesto Geisel (1974 – 1979)
- General Figueiredo (1979 – 1985)
Em 1974 Geisel assume o poder em um contexto de fragilidade econômica e prometendo retormar a democracia no país. De forma que a abertura polícia começou a acontecer, lenta e gradualmente.
Em 1979 João Figueiredo foi indicado por Geisel para ser o seu sucessor. Embora o governo continuasse autoritário e centralizado, ao assumir, sua grande promessa foi intensificar o processo de abertura política. A situação financeira do país seguia calamitosa, com uma imensa dívida externa, e inflação de até 200% ao ano.
Em meados de 1983 surgiu o movimento popular que ficou conhecido como “Diretas Já”. Seu auge foi em 1984, quando milhares de pessoa foram às ruas pedindo pela volta das eleições diretas para a presidência do país.
Naquele ano, aconteceu a votação da Emenda Dante de Oliveira, cujo objetivo era restabelecer as eleições diretas. Ao término da votação ela não havia atingido os ⅔ de votos necessários para ser aprovada. Assim, a oposição se reuniu com o intuito de participar das eleições indiretas.
Tancredo Neves foi lançado como candidato pelo PMDB, tendo José Sarney como vice. A chapa venceu o candidato do PDS, Paulo Maluf, colocando fim ao regime militar brasileiro.
- Redemocratização e eleições diretas para Presidente da República
Mesmo tendo saído vencedor das eleições, Tancredo Neves faleceu, 21 de abril de 1985 sem tomar posse do cargo.
Contudo, José Sarney, na condição de vice-presidente assumiu o poder em 15 de março de 1985, governando até a mesma data, em 1990.
Depois dele, até o momento, o Brasil teve seis presidentes. Aqui, vale salientar o processo de impeachment de Fernando Collor em 1992 e Dilma Rousseff em 2016, onde os seus respectivos vice-presidentes assumiram a presidência até a data prevista para novas eleições.
- Fernando Collor (1990 – 1992)
- Itamar Franco (1992 – 1994)
- Fernando Henrique Cardoso (1995 – 2002)
- Luiz Inácio Lula da Silva (2003 – 2010)
- Dilma Rousseff (2011 – 2016)
- Michel Temer (2016 – 2018)
Fonte: Escola Educação