O que faz um doleiro?

A atividade é considerada ilegal, pois esses indivíduos atuam sem qualquer tipo de registro e sem a autorização do Banco Central.



Um doleiro é um operador de câmbio, ou seja, é a pessoa responsável pela negociação de moedas estrangeiras. No entanto, ele atua em mercados alternativos ou paralelos ao convencional, formando uma espécie de sistema bancário informal.

Normalmente essa negociação é feita em dólar, daí o nome “doleiro”. A atividade é considerada ilegal pelas autoridades, pois ele converte e cobra taxas de moedas estrangeiras fora do que é estipulado pela lei vigente no país.

Isso porque ele atua sem qualquer tipo de registro e sem a autorização do Banco Central. A pena para um doleiro envolvido em práticas criminosas varia entre dois a dez anos de prisão, além do pagamento de multa.

No Brasil, um doleiro pode exercer as seguintes funções:

  • Compra e venda de dólar
  • Envio de dinheiro para o exterior para efetuar o pagamento de importações
  • Conversão de dinheiro eletrônico em dinheiro em espécie
  • Administração de caixa 2 de empresas e partidos políticos

Esta última tornou a profissão muito conhecida, já que doleiros frequentemente estão envolvidos com políticos brasileiros em escândalos milionários de corrupção ou lavagem de dinheiro.

Um caso famoso foi o do doleiro Alberto Youssef, que foi preso ainda no início da operação Lava Jato em 2014, quando a Polícia Federal identificou esquemas de desvio de contratos na Petrobras. Ele foi solto após um acordo de delação premiada.

Nesse contexto, os doleiros são responsáveis pelo “branqueamento de capital”, ou seja, eles “limpam” o dinheiro que teve origem ilícita. Normalmente, são criadas empresas de fachada para justificar o recebimento desses valores através da assinatura de contratos falsos.

No entanto, há doleiros que exercem atividades no mercado de câmbio e turismo. Neste caso, eles podem atuar em agências de viagem, casas de câmbio e corretoras de câmbio.

O que leva alguém a procurar um doleiro?

No Brasil, qualquer tipo de operação de câmbio só pode ser realizada legalmente por meio de instituições bancárias ou por agentes autorizados pelo Banco Central.

Contudo, as transações financeiras para o exterior são extremamente burocráticas. Há inúmeras regras e cobrança de altas taxas de câmbio, tarifas bancárias e o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF).

De acordo com o governo, toda essa burocracia é necessária para evitar fraude ou transferência ilegal de fundos para o exterior. Entretanto, na prática, ela acaba forçando as pessoas a recorrerem aos doleiros, que facilitam e efetuam as operações em um prazo de até três dias.




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