A Linguística é a ciência que estuda a linguagem humana em seus variados aspectos (morfológico, fonético, semântico, sintático, psicológico e social), além das línguas consideradas em sua estrutura. Em suma, a Linguística se ocupa do estudo dos fenômenos naturais que ocorrem com a linguagem verbal e oral.
O estudo linguístico se divide diferentes ramos, sendo eles:
- Fonologia
- Fonética
- Semântica
- Sintaxe
- Terminologia
- Lexicologia
- Estilística
- Filologia
- Pragmática
Por enquanto, vamos nos concentrar no detalhamento da Semântica, a área que estuda as unidades constituintes da língua. Vejamos, a seguir, o conceito, exemplos e como a Semântica pode ser cobrada em sua prova.
O que é Semântica
A Semântica é o ramo da Linguística que se ocupa do estudo dos significados ou sentidos dos vocábulos presentes na Língua Portuguesa. Em seu sentido mais literal, a Semântica é a ciência que estuda o significado das palavras, frases ou textos.
O conhecimento da Semântica é importante para entendermos o emprego correto das palavras no discurso. Na prática, a Semântica é dividida em duas vertentes – diacrônica e sincrônica, cujos conceitos seguem abaixo:
- Semântica Descritiva ou Semântica Sincrônica: estuda o significado das palavras em um tempo atual
- Semântica História ou Semântica Diacrônica: estuda o significado das palavras em um espaço de tempo determinado
Conceitos da Semântica
O estudo das significações requer a memorização de conceitos basilares da semântica.
Sinonímia e Antonímia
Os sinônimos são conceituados como as palavras com significados semelhantes. O termo vem do grego “semelhante nome” e, a partir do tipo de semelhança compartilhada entre dois vocábulos, podemos classificá-los em:
- Sinônimo Perfeito: significados idênticos (léxico e vocabulário)
- Sinônimo Imperfeito: significados parecidos (gordo e obeso)
- Exemplo de sinônimos: mal – ruim
Os antônimos, por sua vez, são as palavras com significados opostos. O termo também vem do grego e significa “nome oposto, contrário”.
- Exemplo de antônimos: mal – bom
Polissemia
A polissemia pode ser entendida como a multiplicidade de significados que uma palavra pode ter. Isso acontece porque, ao longo do tempo, um mesmo termo pode ter acumulado diferentes significados todos, porém, relacionados ao sentido original.
- Exemplo: Estou de mãos atadas / Lembre-se de que na Austrália, a direção usa a mão inglesa / Você não deve abrir mãos de seus direitos.
Paronímia e Homonímia
Os homônimos são as palavras que possuem a mesma palavra (quando são chamadas de homófonas) ou a mesma grafia (quando são denominadas homógrafas). Porém, o significado dos termos é diferente.
Há, também, o caso dos homônimos perfeitos que são as palavras cuja grafia e pronúncia são iguais. O significado, no entanto, seguem distinto.
- Exemplo de homônimo: acento – assento / pelo (preposição e pelo (de animais) / dúvida e duvida
Por outro lado, os parônimos são palavras que possuem significados diferentes, no entanto, grafia e escrita são semelhantes (mas, não iguais).
- Exemplo de parônimo: imigração – emigração
Conotação e Denotação
Por fim, temos os conceitos conotação e denotação. A conotação é o sentido subjetivo, figurado ou virtual da palavra. Sua utilização depende do contexto e o emprego de diferentes significados ampliam o campo semântico de determinado termo.
- Exemplo de conotação: Joana ficou uma arara quando ficou sabendo o que aconteceu.
Esse recurso é muito utilizado na linguagem poética para produzir sensações diferentes no leitor. A denotação, por sua vez, configura o sentido real, objetivo do termo. Por isso, busca explorar a linguagem informativa ao invés da poética.
O recurso é usado em textos acadêmicos, jornalísticos, manuais de instruções, entre outros.
- Exemplo de denotação: As araras sobrevoam minha casa em todos os finais de tarde.
Como cai na prova
Prova: Escrivão de Polícia
Órgão: PC SP
Banca: Vunesp
Ano: 2018
O drama dos viciados em dívidas
Apesar dos sinais de recuperação da economia, o número de brasileiros endividados chegou a 61,7 milhões em fevereiro passado – o equivalente a 40% da população adulta. O número é alto porque o hábito de manter as contas em dia não é apenas uma questão financeira decorrente do estado geral da economia – pode ser uma questão comportamental. Por isso, há grupos especializados que promovem reuniões semanais com devedores, com a finalidade de trocar experiências sobre consumo impulsivo e propensão a viver no vermelho. Uma dessas organizações é o Devedores Anônimos (DA), que funciona nos mesmos moldes do Alcoólicos Anônimos (AA).
Pertencer a uma classe social mais alta não livra ninguém do problema. As pessoas de maior renda são justamente as que têm maior resistência em admitir a compulsão. Pior. É comum que, diante dos apuros, como a perda do emprego, algumas tentem manter o mesmo padrão de vida em lugar de cortar gastos para se encaixar na nova realidade. Pedir um empréstimo para quitar outra dívida é um comportamento recorrente entre os endividados.
Para sair do vermelho, aceitar o vício é o primeiro passo. Uma vez que o devedor reconhece o problema, a próxima etapa é se planejar.
(Felipe Machado e Tatiana Babadobulos, Veja, 04.04.2018. Adaptado)
A alternativa em que está caracterizado emprego de palavras em sentido figurado é:
- Pertencer a uma classe social mais alta não livra ninguém do problema…
- … há grupos especializados que promovem reuniões semanais com devedores…
- … o número de brasileiros endividados chegou a 61,7 milhões em fevereiro passado…
- Pedir um empréstimo para quitar outra dívida é um comportamento recorrente entre os endividados.
- Para sair do vermelho, aceitar o vício é o primeiro passo.