Apesar de ser o tipo textual mais frequente nas avaliações escritas de concursos públicos, processos seletivos e vestibulares, o texto dissertativo-argumentativo ainda é bastante temido por alguns estudantes.
Por outro lado, outros candidatos o consideram como o mais fácil, já que aprendemos a lidar com ele desde muito cedo, principalmente nas redações escolares.
Independente do posicionamento, ele possui alguns pontos que devem ser observados com critério, sob pena de redução da nota, acarretando, até mesmo, em desclassificação de candidatos muito experientes.
Por isso, confira todas as dicas que preparamos e transforme-se em um expert nesta tipologia textual.
Estrutura do texto dissertativo-argumentativo
Uma redação dessa natureza, nada mais é do que um texto que tem como objetivo defender uma tese e persuadir o leitor a concordar com ela. De modo geral, os autores expressam a sua opinião sobre um determinado assunto e usam argumentos para fundamentá-la.
A apresentação da tese e dos argumentos deve ser feita de forma clara e objetiva, sempre levando em consideração a diferença entre um texto informativo e um texto dissertativo. Ou seja, o objetivo não é informar o leitor, e sim, convencê-lo a respeito de uma ideia.
De forma didática, divide-se a estrutura do texto dissertativo-argumentativo em introdução, desenvolvimento e conclusão.
Introdução
O primeiro parágrafo do texto sempre é composto pela apresentação do assunto que será tratado e da tese que será defendida. Nas provas de concurso, processo seletivo e vestibular, geralmente o tema é fornecido pela banca organizadora, que também fornece alguns fragmentos textuais de apoio.
Uma boa dica é apontar a situação geral daquela temática, explicando sua relevância. Para mostrar o domínio do conteúdo, outra opção é sempre citar alguma notícia recente ou acontecimento histórico que esteja relacionado ao tema.
Algumas pessoas gostam de finalizar o parágrafo levantando uma questão sobre a tese. Por exemplo, se o tema for a alfabetização infantil, a introdução poderá ser encerrada com a seguinte pergunta “Diante desse cenário, a alfabetização precoce é saudável para as crianças?”.
Estabelecida a tese, é hora de partir para o desenvolvimento, que será baseado em argumentos consistentes.
Desenvolvimento
Durante o desenvolvimento acontecerá a fundamentação dos pontos que sustentam a tese. Literalmente, é a hora de brigar pela ideia lançada no primeiro parágrafo. Mas e qual a melhor forma de fazer isso?
Não basta fazer a defesa usando justificativas soltas e contraditórias. É necessário fazê-la de forma coerente, usando dados sólidos e argumentos favoráveis e contrários à tese.
Para fundamentá-la é necessário lançar mão dos operadores argumentativos, que são palavras que conectam os enunciados, conferindo coesão ao texto. Entre as principais funções desse recurso, é possível citar o reforço, exemplificação, reafirmação e comparação do argumento.
Algumas estratégias são essenciais para desenvolver bons argumentos. As mais adotadas são a indicação de consequência, causas, efeitos e motivos, além de exemplificar, enumerar e confrontar as ideias.
A apresentação desses argumentos sempre deve respeitar uma sequência lógica, tendo a possibilidade de ter um ponto central e outros auxiliares que o complementam, sempre observando a conexão feita entre eles.
Conclusão
Chegou a hora de dar um desfecho ao texto. O último parágrafo será composto pela conclusão, que, de modo geral, tem entre cinco e seis linhas. Nela, será retomada a tese do primeiro parágrafo que foi defendida durante todo o desenvolvimento.
Alguns editais pedem que o autor faça uma proposta de intervenção, que nada mais é do que a sugestão de uma forma simples e possível de mudar aquela realidade, mostrando caminhos e soluções possíveis.
Tipos de argumentos
A palavra argumento tem origem no latim e quer dizer argumentum, que significa iluminar e fazer brilhar. Como o próprio nome indica, eles são essenciais para o tipo textual dissertativo-argumentativo.
Conheça algumas das principais categorias de argumentos:
Evidências: é um dos tipos mais aconselháveis, porém, é necessário explicar de onde aquela informação foi retirada, ou seja, qual a sua fonte. As mais comuns são pesquisas, relatórios, fatos comprováveis e informações científicas oriundos de fontes confiáveis.
Fundamentação lógica: a argumentação é pautada em operações de raciocínio lógico, como por exemplo, estabelecer causa e efeito, e consequência, entre as ideias já apresentadas.
Citações: as citações podem fazer parte do texto, desde que se faça as devidas referências e que esteja explicitado que aquela frase não se trata de sua autoria. Caso contrário, o corretor poderá apontar plágio e aplicar as punições detalhadas no edital, que vão desde a retirada de pontos até a eliminação do pleito.
Argumentos baseados no senso comum: por último, um exemplo do que usar moderadamente em redações. Esse tipo de argumento diz respeito aos conhecimentos compartilhados pelas pessoas. São aceitos universalmente, sem necessidade de comprovação. Por isso, são pouco persuasivos e facilmente refutáveis.
Dicas importantes
Agora que já detalhamos os principais pontos acerca do texto dissertativo-argumentativo, é hora de conhecer algumas dicas para nunca mais errar pontos simples e se destacar entre os demais concorrentes.
- Diferente da narrativa, no texto dissertativo-argumentativo não há progressão temporal. Assim sendo, os verbos devem ser usados no presente do indicativo com valor atemporal.
- Jamais, em hipótese alguma, escreva um texto dissertativo-argumentativo na primeira pessoa do singular (eu) ou na primeira do plural (nós). Sempre escreva usando a terceira pessoa.
- Nunca ultrapasse a quantidade máxima de linhas estabelecidas pelo edital. Dependendo dos critérios de avaliação, o candidato que fizer isso pode perder muitos pontos ou ter a redação zerada.
- Um texto dissertativo de qualidade conta com muitos conceitos genéricos. Por consequência, ele precisa ter muitos substantivos abstratos.
- Evite usar palavras difíceis, jargões, e regionalismos. Expressões complicadas não são sinônimos de um texto de qualidade. Pelo contrário, se forem mal empregadas elas podem deixar o candidato em desvantagem.
- Independente do tipo de prova, uma boa redação sempre é escrita na norma culta da Língua Portuguesa. Portanto, nunca use gírias e abreviações.
- Não se esqueça do título! Ele não serve apenas para deixar o texto mais bonito, pelo contrário, ajuda a completar o sentido e indicar ao leitor o assunto que será tratado no corpo da dissertação.
- Leia muito e esteja sempre bem informado! Ter uma bagagem ampla com certeza é um diferencial na hora de argumentar.
- Por último, mas não menos importante, de nada adianta ter completo domínio da técnica se o corretor não vai entender nado que você escrever. Por isso, capriche na letra, mesmo que você leve um tempinho a mais para preencher o cartão resposta.