Tipos de Orações – coordenadas e subordinadas

Saiba quais são os tipos de orações da Língua Portuguesa, o conceito e classificação de cada uma, além de como o conteúdo é cobrado em sua prova.



Você sabe o que é uma oração? Orações são conjuntos linguísticos estruturados em torno de um verbo ou locução verbal. A existência de um sujeito é opcional, no entanto, é mandatório que em uma oração exista o predicado. Isso porque o que caracteriza uma oração é, justamente, o verbo ou uma ação.

Uma oração pode ser simples ou composta, o que vai depender da quantidade de verbos que apresentar. Mas, já observou que, em vários livros e até mesmo no conteúdo programático do seu edital, podes aparecer os termos oração, frase e período? Qual a diferença entre eles?

A frase é todo enunciado que seja capaz de transmitir ou traduzir sentidos em um contexto comunicacional onde haja interação verbal. A frase pode apresentar um verbo ou não, além de ser elaborada com uma ou mais palavras. Quer exemplos de frases? “Ai!”, “Socorro!” e “Tenho muito o que estudar”.

O período é uma unidade sintática, ou seja, um enunciado construído por uma ou mais orações e, assim, possui sentido completo. Os períodos podem ser simples (constituídos por uma oração) ou compostos (constituídos por mais de uma oração). Exemplo de período – Mariana me ligou para avisar que vai faltar à aula.

A oração, como já vimos, precisa apresentar um verbo para que tenha um predicado. Sua composição pode trazer ainda o sujeito, termos essenciais, integrantes ou acessórios. Vamos aos exemplos de oração – “Esse bolo parece muito gostoso”, “Saia daí!” ou “Corra!”. Conseguiu entender?

Agora que você já sabe o que é a oração e sua diferença entre outros dois conceitos da Língua Portuguesa, é importante ter em mente sua classificação, ou seja, quais são os tipos de oração e as características de cada um. Por isso, trouxemos um resumo sobre os tipos de oração, classificação e como cai na sua prova.

Tipos de Orações

Quais são os tipos oração?

Existem dois tipos de orações na Língua Portuguesa – as orações coordenadas e as orações subordinadas. Cada uma delas tem um grupo de classificações que veremos adiante:

Orações Coordenadas

As orações coordenadas são aquelas que não dependem uma da outra do ponto de vista sintático e ligam-se uma à outra apenas pelo sentido. Normalmente, as orações coordenadas são conectadas por meio de conjunções, como o “e”, ou pela vírgula. As orações coordenadas só aparecem quando há um período composto.

As orações coordenadas são classificadas em sindéticas e assindéticas.

  • Oração coordenada sindética: são aquelas conectadas por meio de uma conjunção. As orações sindéticas, por sua vez, podem ser:
  • Aditivas: transmitem uma ideia de adição à oração anterior usando conjunções ou locuções (e, nem, também, bem como, não só, tanto). Exemplo: Eu e Roberto fomos almoçar e encontramos Nádia.
  • Adversativas: transmitem uma ideia de oposição à oração anterior e precisam apresentar vírgulas antes de seu início. Podem ser usadas conjunções ou locuções (mas, porém, todavia, entretanto). Exemplo: Carolina queria sair, mas começou a chover muito forte.
  • Alternativas: transmitem uma ideia de alternância em relação à oração anterior sendo obrigatório o uso de vírgulas, conjunções ou locuções (ou, já, ora, quer, seja). Exemplo: Faça o que eu mandei ou sofrerá as consequências.
  • Conclusivas: transmitem a conclusão de uma ideia da oração anterior e, também, requerem uso de vírgula, conjunções e locuções (logo, pois, portanto, assim, por isso). Exemplo: Rogério formou-se em Direito, portanto poderá fazer a prova da OAB.
  • Explicativas: transmitem a explicação de uma ideia expressa na oração anterior, sendo obrigatório o uso de vírgula. As locuções ou conjunções usadas nesse tipo de frase são que, porque, porquanto, pois, ou seja, entre outras. Exemplo: Não consegui acordar mais cedo, pois acabei estudando até mais tarde ontem.
  • Oração coordenada assindética: são aquelas introduzidas por uma vírgula.

Orações subordinadas

As orações subordinadas, ao contrário das coordenadas, apresentam dependência sintática com relação à oração principal. Elas surgem quando um período é composto por duas ou mais orações. Existem diversas classificações inseridas no conceito de oração subordinada.

A primeira delas vem com relação à sua introdução no período. Quando a isso, elas podem ser:

  • Desenvolvidas: quando introduzidas por pronomes, conjunções ou locuções conjuntivas apresentando o verbo nos modos indicativo ou subjuntivo
  • Reduzidas: não são introduzidas por pronomes, conjunções ou locuções conjuntivas apresentando o verbo nos modos particípio, gerúndio ou infinitivo

Segundo a sua função, as orações subordinadas podem ser classificadas em:

  • Subordinadas substantivas: as orações subordinadas substantivas podem fazer o papel do substantivo em uma oração. Elas também ganham classificações diferentes, sendo elas:
  • Subjetiva: exerce a função de sujeito do verbo da oração principal. Exemplo: Foi informado que Luana passou na sua prova de doutorado.
  • Completiva nominal: completa o sentido de um nome pertencente à oração principal. Exemplo: Todos temos a esperança de que os brasileiros saibam votar nas próximas eleições.
  • Predicativa: exerce a função de predicativo do sujeito da oração principal. Exemplo: O bom é que ela sempre finge que não faz nada de errado.
  • Apositiva: exerce a função de aposto em uma oração principal. Exemplo: Lucas desejava apenas uma coisa: que conseguisse um bom emprego.
  • Objetiva indireta: iniciada por uma preposição exercendo a função de objeto indireto. Exemplo: O dono do comércio necessita que de que todos os fornecedores entreguem seus produtos na segunda-feira pela manhã.
  • Objetiva direta: exerce a função de objeto direto do verbo na oração principal. Exemplo: Quero que você adote aquele gato.
  • Subordinadas adjetivas:  as orações subordinadas adjetivas exercem a mesma função do adjetivo por modificar o substantivo. Elas podem ser:
  • Explicativas: amplia ou esclarece um detalhe através da adição de uma informação acessória aparecendo separadas por vírgula. Pode ser retirada da frase sem que haja alteração de sentido. Exemplo: O cachorro, que é da raça poodle, desapareceu do pet shop.
  • Restritivas: restringe o significado do nome a que se refere por ser único e definido por ele.  Não pode ser retirado da frase e se apresenta sem a marca de pausas ou vírgulas. Exemplo: Igor é um dos poucos namorados que é respeitado pelos pais de Natália.
  • Subordinadas adverbiais: as orações subordinadas adverbiais exercem a função do adjunto adverbial em relação ao verbo da oração principal. Suas classificações são:
  • Causais: podem ser iniciadas por conjunções e locuções causais apresentando a causa do acontecimento da oração principal. Exemplo: Meire desmaiou no banheiro porque estava muito fraca com a gripe.
  • Consecutivas: podem ser iniciadas por conjunções e locuções consecutivas apresentando  a consequência do acontecimento da oração principal. Exemplo: Eles pegaram tanta chuva no estádio que ficaram ensopados.
  • Comparativas: podem ser iniciadas por conjunções e locuções comparativas apresentando uma comparação com o acontecimento da oração principal. Exemplo: Madalena cozinha como cozinhava sua mãe.
  • Condicionais: podem ser iniciadas por conjunções e locuções condicionais apresentando uma condição para a realização do acontecimento da oração principal. Exemplo: Se você me der licença, consigo sair da mesa para você se sentar.
  • Conformativas: podem ser iniciadas por conjunções e locuções conformativas apresentando ideia de conformidade, concordância e regra relacionada ao acontecimento da oração principal. Exemplo: As solicitações devem ser encaminhadas conforme orientado no regulamento.
  • Concessivas: podem ser iniciadas por conjunções e locuções concessivas apresentando uma ideia de contraste e contradição, ou seja, uma concessão ao ocorrido na oração principal. Exemplo: Embora ainda não tenham se casado, Juliana e Alex compraram o apartamento.
  • Finais: podem ser iniciadas por conjunções e locuções finais apresentando inalidade do acontecimento da oração principal. Exemplo: A equipe trabalhou para que os resultados fossem obtidos.
  • Proporcionais: podem ser iniciadas por conjunções e locuções proporcionais apresentando ideia de proporcionalidade com o acontecimento. Exemplo: Quanto mais velha Maria ficava, mais rabugenta se tornava.
  • Temporais: podem ser iniciadas por conjunções e locuções temporais apresentando circunstância de tempo ao acontecimento da oração principal. Exemplo: Mal cheguei em casa, minha mãe me ligou para buscá-la.

Como cai na prova

Prova: Técnico Judiciário – Área Administrativa
Órgão: TRT 21
Ano: 2017
Banca: FCC

É compreensível imaginar que, dentro do contexto de uma arte de tantos séculos como o teatro, o clichê “nada se cria, tudo se copia” já seja uma máxima. Alguns estudiosos da dramaturgia dizem que tal frase é perfeitamente aplicável. O curioso, no entanto, é constatar a rapidez com que o cinema, que tem menos de 120 anos de vida, tem incorporado essa máxima.

No século 21, é em Hollywood que essa tendência aparece com maior força. Praticamente todos os sucessos de bilheteria da indústria cinematográfica norte-americana são adaptações de quadrinhos, livros, videogames ou programas de TV que fizeram sucesso. A indústria da adaptação tornou-se tão forte que existe uma massa de escritores com contratos fixos com alguns estúdios, o que significa que escrevem obras literárias já pensando em sua adaptação para o cinema. O roteiro original, portanto, tornou-se um artigo de luxo no cinema norte-americano.

Em Hollywood, tal fenômeno é compreensível. A razão para que haja uma alta sem precedentes das adaptações é o medo do risco em tempos de crise econômica, que faz com que os estúdios apostem em histórias já testadas e aprovadas por leitores. Essa estratégia, apesar de não garantir êxito de bilheteria, reduz o risco de apostar todas as fichas em histórias inéditas.

No Brasil, as adaptações também viraram moda, uma vez que, nos primeiros anos do século 21, os filmes mais comentados vieram de livros e outras formas de expressão artística.

(Adaptado de: BALLERINI, Franthiesco. Cinema Brasileiro no Século 21: reflexões de cineastas, produtores, distribuidores, exibidores, artistas, críticos e legisladores sobre os rumos da cinematografia nacional. Edição digital. São Paulo: Summus Editorial, 2012)

O segmento em que se observa uma conclusão a que se chegou a partir das ideias expostas na oração anterior está em:

  1. … o cinema, que tem menos de 120 anos de vida… (1° parágrafo)
  2. … uma vez que […] os filmes mais comentados vieram de livros e outras formas de expressão artística.(último parágrafo)
  3. Essa estratégia, apesar de não garantir êxito de bilheteria… (3° parágrafo)
  4. … dentro do contexto de uma arte de tantos séculos como o teatro… (1° parágrafo)
  5. O roteiro original, portanto, tornou-se um artigo de luxo no cinema norte-americano. (2° parágrafo)




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