A Petrobras voltou a contratar um banco para vender a Liquigás. De acordo com fontes a par do assunto, dessa vez o espanhol Santander foi o escolhido. Em breve os investidores vão começar a receber os materiais de campanha para a venda.
A divisão de botijão de gás de cozinha foi oferecida ao mercado pela primeira vez em 2016, ainda durante o governo Dilma Rousseff. A ação fazia parte do plano de desenvolvimento da Petrobras, depois que a petroleira registrou fortes perdas com a política energética adota pela gestão da petista.
Na época, a subsidiária atraiu diversos interessados, entre os quais a Copagaz, grupo Ultra (dono da Ultragaz), Supergasbraz e a turca Aygas. O grupo ultra levou a melhor e levou a Liquigás por R$ 2,8 bilhões.
Entretanto, no início de 2018, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) impediu a aquisição. Isso porque, líder de mercado, a Ultragaz elevaria sua participação para mais de 60% em alguns estados com a compra da Liquigás, vice-líder.
Mudança de estratégia
Para evitar que o processo seja barrado mais uma vez, a nova estratégia da Petrobras é atrair, em especial, compradores estrangeiros. A possibilidade de fatiamento da Liquigás por estados, conforme chegou a ser proposto, foi descartada.
Grupos da China, Turquia e França, além de grandes fundos de investimento, já se mostraram interessados no negócio. O novo processo tem expectativa de arrecadar com a venda valor superior aos R$ 2,8 bilhões que o grupo Ultra desembolsaria anteriormente.
No entanto, de acordo com especialistas, a expectativa contraria estimativas de mercado. A especulação é que a Ultragaz pagaria um valor mais alto para alcançar o domínio do mercado. Uma vez que no novo processo não há outra empresa com os mesmos interesses, o preço tende a cair.
Pessoas ligadas à estatal dizem que a Petrobras tem pressa em vender vários ativos, sobretudo, para evitar desgastes como as liminares impetras contra a venda de outra subsidiária, a Transportadora Associada de Gás (TAG).
O oferta da rede de gasodutos foi suspensa e depois retomada apos decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A Engie, empresa francesa, tem preferência no processo de venda do ativo. A negociação será uma das principais do ano no país. As estimativas são de que a venda da TAG supere os U$ 8 bilhões.