A Standard & Poor’s (S&P) é uma das maiores agências de classificação de risco do mundo. Recentemente, a empresa alterou de estável para negativa a perspectiva rating de longo prazo de uma das fintechs mais conhecidas pelos brasileiros: o Nubank.
Essa mudança acontece em razão da pandemia causada pelo novo coronavírus (covid-19) no Brasil. Apesar de as notas das dívidas de curto e longo prazo permanecerem inalteradas (brA-), o banco digital registrou um grande prejuízo financeiro, situação comum quando o assunto são startups.
Crise
De acordo com o relatório da agência, o Nubank registrou um aumento exponencial da sua base de clientes. No entanto, com uma possível crise no setor financeiro nacional, a companhia pode ser afetada por uma deterioração prolongada, seguida de queda nos rendimentos.
Além disso, a S&P analisa o cenário como equilibrado, mas diz ainda que a fintech, por possuir uma certa limitação na diversificação de seus negócios, pode sofrer com o aumento no número de clientes inadimplentes no decorrer dos próximos meses.
“Em nossa visão, sua baixa diversificação de negócios e níveis ainda elevados de prejuízos financeiros aumentam sua vulnerabilidade a um cenário adverso prolongado, ainda que incerto”, afirmou o texto.
Prejuízos e rendimentos
Um dos pontos negativos levantados pela S&P em seu mais recente relatório diz respeito ao prejuízo de R$ 313 milhões em 2019 do Nubank em razão do seu crescimento operacional. Em relação aos aspectos positivos, o estudo revelou que a empresa aumentou sua base de clientes de forma rápida, indo de 5 milhões em 2018 para 20 milhões no ano seguinte.
Além disso, foi destacado a atuação da fintech durante a última rodada de investimentos, em que foram levantados cerca de US$ 400 milhões ou cerca de R$ 2 bilhões. Desse total, US$ 110 milhões correspondem a empréstimos e injeções na operação brasileira e os outros US$ 300 milhões ao colchão financeiro, importante ferramenta para casos emergenciais.
Nubank e a pandemia
No começo da última semana, o Nubank anunciou a criação de um fundo de R$ 20 milhões para auxílio aos clientes durante a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus. A ajuda prometida inclui gratuidade em atendimentos médicos e psicológicos, entregas de comida e produtos farmacêuticos, atendimento de pet shop, entre outros.
Chamada de “Pessoas Primeiro”, a iniciativa utilizará recursos advindos dos investimentos em marketing e de outros ganhos de eficiência da empresa.
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