(Reuters) – A Johnson & Johnson informou nesta terça-feira que demoraria alguns dias até que um comitê de monitoramento de segurança avalie os testes clínicos de sua candidata a vacina contra coronavírus, após anunciar que o estudo fora suspenso devido a uma doença considerada inexplicada em um participante.
A medida ocorre cerca de um mês depois de a AstraZeneca também suspender temporariamente testes clínicos de sua vacina experimental contra coronavírus, que usa uma tecnologia semelhante, devido ao adoecimento de um participante.
Na segunda-feira, a J&J disse que a doença está sendo investigada por uma comissão independente de monitoramento de dados e segurança, além dos médicos clínicos e de equipe de segurança do grupo norte-americano.
Mathai Mammen, chefe de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos da J&J, disse que a empresa informou ao conselho de segurança sobre o participante do ensaio no domingo. O conselho pediu mais informações, afirmou, acrescentando que a empresa está coletando informações para responder a perguntas.
“Levará alguns dias, no mínimo, para que o conjunto certo de informações seja coletado e avaliado”, disse Mammen durante uma teleconferência para discutir os resultados trimestrais da empresa.
Ele afirmou que, devido ao formato do estudo, a empresa ainda não sabe se o doente recebeu a vacina ou um placebo.
A J&J informou que tais pausas são normais em testes grandes, que podem incluir dezenas de milhares de pessoas.
Ela acrescentou que a “pausa de estudo” voluntária na administração de doses da candidata a vacina é diferente de uma “suspensão regulatória” imposta pelas autoridades de saúde.
Em setembro, a AstraZeneca interrompeu testes de estágio avançado de sua vacina experimental contra coronavírus desenvolvida com a Universidade de Oxford devido a uma doença inexplicável em um participante do estudo britânico.
Embora os testes da AstraZeneca no Reino Unido, Brasil, África do Sul e Índia tenham recomeçado desde então, seu teste nos Estados Unidos ainda está suspenso à espera de uma análise regulatória.
As vacinas da J&J e da AstraZeneca se baseiam no chamado adenovírus, um vírus modificado inofensivo que instrui as células humanas a produzirem defesas contra o vírus.
Por Ayanti Bera e Manas Mishra