O Governo Federal divulgou uma nova estimativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação no país. O percentual aumentou de 2,35% para 4,10%. Se a projeção for confirmada, o salário mínimo pode passar dos atuais R$ 1.045 para R$ 1.087,85 em 2021.
Sendo assim, o aumento será de R$ 42,85 em relação ao antecessor. Caso aprovado pelo Congresso, o reajuste será implantado em janeiro e começará a ser pago no começo de fevereiro. No entanto, vale destacar que o INPC pode mudar até o fim do ano.
Inclusive, esse ano, a projeção já foi alterada várias vezes. Em abril, o Governo estipulou o salário mínimo para 2021 em R$1.079, levando em consideração o INPC de 3,29%. Já em agosto, o valor mudou para R$ 1.067, com base na previsão da inflação em 2,09%. Em setembro, a estimativa era um INPC de 2,35%. Agora, é de 4,10%.
Reajuste do salário mínimo
O atual governo, em 2019, deu fim à política de reajuste do piso nacional com ganhos reais. Dessa forma, o valor salarial se limita a seguir a determinação da Constituição, que defende a preservação do poder aquisitivo dos cidadãos.
Em 1994, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) implementou o ganho real do salário mínimo logo depois da adoção do Plano Real. Posteriormente, os governos do PT oficializaram a medida.
Sem ganho real, o governo consegue um alívio financeiro, uma vez que o aumento do salário mínimo reajusta automaticamente benefícios previdenciários e assistenciais. Estima-se que para o aumento de cada R$ 1 no valor do salário, o governo amplia anualmente R$ 355 milhões as despesas.
Cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostram que mais de 49 milhões de brasileiros vivem com um salário mínimo. No entanto, de acordo com o Departamento, a remuneração mensal deveria ser de mais de R$ 4 mil.
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