A Oi (OIBR3) vai realizar nesta segunda-feira o leilão de sua rede móvel, em mais uma operação que integra o plano de recuperação judicial da companhia. A expectativa é que um consórcio formado por TIM, Vivo e Claro vença o certame.
No último mês, a empresa captou R$ 1,3 bilhão com um leilão de torres e data centers. Recentemente, a Oi anunciou que alcançou 2 milhões de clientes na fibra ótica, área à qual irá se dedicar após os certames.
Com a notícia, agentes financeiros se animaram, fazendo com que as ações da companhia disparassem na bolsa. Os papeis acumulam alta de 39% no mês, e ganho de 174% desde janeiro deste ano.
Consórcio entre rivais
Um consórcio entre Vivo, TIM e Claro, que tem preferência na aquisição da rede móvel da Oi, apresentaram uma oferta de R$ 16,5 bilhões.
Também estava no páreo a Highline do Brasil, cujo valor da proposta não foi informado mas está abaixo do oferecido pelo consórcio. Após ser superada, a empresa anunciou que não continuará na disputa.
Novo mercado de telefonia no Brasil
Se o trio de rivais sair vencedor do leilão, o mercado brasileiro passará a ter a seguinte cara: Vivo vai de 33% para 37%, TIM passa de 23% para 32%, e Claro sobe de 26% para 29%.
Os outros 2% continuariam com operadoras regionais. Os 16% da Oi seriam absorvidos e a empresa sairia do segmento móvel. Os números são da Omdia, uma consultoria internacional.
A maior fatia do bolo
A previsão é de que a maior parte da participação da Oi ficará nas mãos da TIM, devido a um plano do grupo para passar com mais facilidade pelos órgãos antitrutes.
“Na divisão, a tendência é que o operador com menor participação de mercado em cada região fique com os ativos da Oi naquele pedaço”, avaliou Ari Lopes, da Omdia.
Embora ainda não tenha sido revelado com o consórcio fará a divisão, o mercado prevê que dois pontos serão considerados, sendo um deles a carteira de clientes e o outro a frequência de cada operadora.
A carteira de clientes das operadoras em cada região é dividida pelos DDDs, e a predominância de uma tele em relação às demais poderia impactar a concorrência e ser argumento para que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) rejeite a proposta.
O outro elemento é a frequência, algo como uma “estrada no ar” por onde os sinais de internet trafegam. A capacidade de cobertura e qualidade do serviço de uma operadora está condicionada a sua quantidade de frequência.
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