Para cumprir a legislação e corrigir o valor do salário mínimo com a inflação registrada em 2020, o governo federal terá que realizar um novo aumento para R$ 1.102. O presidente Jair Bolsonaro divulgou uma Medida Provisória no dia 1º de janeiro que elevava o mínimo de R$ 1.045 para R$ 1.100 em 2021.
O cálculo do reajuste considera o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INCP), anteriormente estimado em 5,26%, taxa que foi usada como base para chegar ao mínimo deste ano. Mas um novo cálculo divulgado nesta terça-feira, 12, mostrou que o INCP de 2020 ficou em 5,45%.
O Ministério da Economia anunciou mais cedo neste mês que o valor poderia ser reajustado novamente após a divulgação da inflação oficial, visando garantir o poder de compra do brasileiro. Para evitar a perda de valor do mínimo, desde 2020 o piso salarial é reajustado com base na inflação.
Até 2019, o salário mínimo deveria registrar um aumento real, acima da inflação, sempre que houvesse crescimento econômico no país. Contudo, essa política dos governos petistas foi alterada no ano passado.
Para calcular o novo mínimo até então, a inflação do ano anterior, medida pelo INPC, era somada com o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. O governo de Jair Bolsonaro optou por revogar essa regra e apenas repor as perdas da inflação.
Valor alterado em 2020
Um novo reajuste em relação ao salário mínimo que estava em vigor também ocorreu no ano passado. Depois de anunciar em 31 de dezembro de 2019 que o mínimo seria de R$ 1.039, o governo teve que reajustá-lo para R$ 1.045 em janeiro após a divulgação de um INCP maior que o previsto.
Aumento “condena trabalhadores ao desemprego”
O ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a dizer durante uma audiência no Congresso Nacional realizada em dezembro que reajustar o salário mínimo em meio a pandemia de Covid-19 era condenar os trabalhadores do país ao desemprego.
“Hoje, se você der um aumento de salário mínimo, milhares e talvez milhões de pessoas serão demitidas. Estamos no meio de uma crise terrível de emprego. Dar aumento de salário é condenar as pessoas ao desemprego”, afirmou Guedes.
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