Em discurso na terça-feira (13), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que não pretende privatizar a Caixa. A fala se deu na cerimônia de privatização da Eletrobras. O presidente disse que não foi “totalmente convertido” pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Veja também: FGTS: Saiba quando é possível sacar 80% do saldo acumulado
De acordo com Bolsonaro, a Caixa Econômica Federal foi uma das estatais que deram lucro. Ele citou várias empresas do governo que foram lucrativas, segundo ele, em sua gestão. Dessa forma, garantiu que não há qualquer plano ou intenção de privatizar o banco.
“A Caixa Econômica Federal, não estou falando em privatizar, ainda não fui totalmente convertido ao Paulo Guedes, e nem ele fala em privatizar”, afirmou Bolsonaro.
Contudo, o discurso vai de encontro ao que já falou em outra oportunidade o ministro. Defensor da privatização sem limites, Guedes declarou várias vezes que venderia todas as estatais. Ele nunca fez distinções entre quais poderiam ou não serem colocadas à venda.
“Para mim, estatal boa é a que foi privatizada”, disse Guedes
Em um programa da Rádio Jovem Pan, o ministro da Economia chegou a dizer exatamente isso. “Para mim, estatal boa é a que foi privatizada”, falou em entrevista divulgada na internet. Assim, reforçou seu anseio pela diminuição das ferramentas de estado presentes através de empresas públicas.
Leia também: Governo quer tornar permanente opção para suspensão de trabalhos e jornadas; entenda
Paulo Guedes ainda chegou a comentar que o presidente seria contra a privatização de certos órgãos. Entre as estatais “intocáveis” estariam a Caixa Econômica Federal, a Petrobras e o Banco do Brasil.
Na cerimônia de privatização da Eletrobras, ele foi mais precavido. Guedes apenas agradeceu a presença de colegas e enalteceu que aquela era uma concretização esperada há muito. De acordo com ele, desde 1995, no governo de Fernando Henrique Cardoso, a privatização da Eletrobras era idealizada.
Com vetos, Bolsonaro sancionou o projeto que libera a capitalização da Eletrobras. Mesmo com a venda das ações, o governo continua proprietário de 45% da estatal e mantém poder de decisão. Fora isso, a porcentagem dá o direito de o governo indicar cargos do alto escalão da empresa.
Imagem: Pillar Pedreira/Agência Senado