Autêntico e emocionante, filme da Netflix revela as profundezas da mente humana

Vanessa Kirby recebeu uma indicação ao Oscar 2021 na categoria Melhor Atriz.



Pieces of a Woman é um relato muito honesto, humano e legítimo. Já em seu início podemos sentir o peso da história que nos será contada. Possui um plano sequência forte, que nos expõe a sinceridade de um parto doméstico, com todos os seus afetos, suas dores e os medos envolvidos, podemos compartilhar do momento daquela personagem de uma forma muito pura. É perceptível nas cenas a existência de um sofrimento tangível, originário de um lugar profundo e real.

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O filme conta a história da roteirista, Kata Wéber, casada com o diretor do filme, Kornél Mundruczó. O plano sequência nos passa uma sensação de desespero, sufoco e de muito abandono. Vemos nas cenas a potência de Martha ao dar à luz, o companheirismo de Sean ao permanecer ao lado da mulher e o pânico velado da parteira. Há naquele momento uma quebra da linha do tempo desses indivíduos, o acontecimento que dividiu tudo entre antes e depois, o passado e o agora.

A história é narrada de maneira extremamente sensível e verdadeira. Após perder do bebê, podemos testemunhar o sofrimento de Martha, o desalento de Sean, a dor da família, o abismo criado entre o casal, que se afasta conforme com o passar dos meses. O filme possui um ímpeto de expressividade muito grande, e desta forma somos atraídos à essência de seus personagens. Suas lutas pessoais, suas evoluções ou regressões e, sobretudo, os confrontos que são causados por tal acontecimento.

Existem cenas muito emocionantes, como a que a mãe de Martha exibe seus motivos para querer encontrar um culpado para aquela situação. O longa é firmado na história, mas são seus atores, que de forma brilhante lhe acrescentam vivacidade e franqueza. Vanessa Kirby, Shia LeBeouf e até mesmo a parteira, em poucas ações, concretizam performances maravilhosas. Como qualquer outro, este filme também tem os seus defeitos, principalmente no que se refere o destino de Sean, que parece ignorado.

Um elemento que aparece em vários momentos do filme é a maçã, a fruta preferida de Martha, é o cheiro que a recém nascida emite, são as sementes que a mulher guarda como forma de enfrentar o luto. Apesar de parecer um pouco clichê, é uma metáfora oportuna e bonita, que faz nossa protagonista compreender que não há culpados naquela situação e que infelizmente nada consertará o que foi quebrado. Mas a vida reinventa-se, continua, cresce para todos os lados e quando menos esperamos, ela nos surpreende.

Acompanhe o trailer oficial do filme.




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