Quando a produção de carros diminui, automaticamente o valor final repassado aos consumidores fica nas alturas. A cadeia de produção e distribuição de automóveis funciona como uma engrenagem bem lubrificada. Antes da pandemia da Covid-19, por exemplo os consumidores podiam escolher a marca e o modelo que eles quisessem.
Leia ainda: Carro que mais valorizou na pandemia está 52% mais caro; confira
Agora, além de haver uma escassez muito grande de veículos no mercado a nível mundial, existe também uma lista de espera onde os compradores que estão colocando seus nomes podem ter de esperar meses até que possam adquirir seus carros novos.
Essa falta de carros provocou um aumento no preço de alguns modelos de veículos novos e um mega salto nos preços dos usados.
As grandes fabricantes de automóveis estão produzindo menos por conta da falta de uma peça essencial em sua produção, que são os semicondutores. A isso se soma uma grande procura de chips por parte de empresas de tecnologia fabricantes de eletrodomésticos, computadores e telefones celulares e até consoles de videogames.
Diante dessa falta de chips, os fabricantes dos automóveis tiveram que selecionar quais os modelos que seguem na linha de produção e quais os que ficam de fora.
No Japão, um país de marcas grandes como Toyota e Nissan, a falta de peças essenciais fez com que as exportações do setor caíssem cerca de 46% no mês de setembro, em comparação com o ano anterior, que é uma clara demonstração da importância da indústria automobilística para a sua economia.
No último ano, deixaram de ser produzidos cerca de 8 milhões de veículos. Essa situação traz como resultado em uma perda de faturamento de cerca de US$ 200 bilhões para a indústria automotiva.
Alta de preços de veículos usados
Como os produtos novos estão disponíveis em pouca quantidade no mercado, a demanda pelos veículos usados aumentou e muito, elevando o custo médio de um automóvel de segunda mão nos Estados Unidos, por exemplo para mais de US$ 25 mil. O valor médio de um veículo está subindo cerca de US$ 200 a cada mês.
O mesmo tem acontecido em outras partes do mundo. O México, por exemplo, que exporta cerca de 80% de sua produção e tem a liderança na indústria automobilística da América Latina, é o quarto exportador mundial de automóveis e o sétimo fabricante, está enfrentando os efeitos da escassez mundial na fabricação dos carros.
Essa escassez dos automóveis, tem se somado a outro fator: o aumento da entrada ilegal dos chamados “carros lixo”, que vem dos EUA. Esses veículos em mau estado que não encontram compradores em seu país, conseguem atrair interessados do outro lado da fronteira.
Outro fator que impacta a economia local é o fechamento temporário das fábricas.