Com o mais recente aumento nos preços dos combustíveis pela Petrobras, era iminente a eclosão de uma nova greve dos caminhoneiros, algo parecido com o que ocorreu em 2018. Entretanto, apesar de algumas manifestações isoladas em determinados pontos do país, uma nova paralisação está praticamente descartada pela categoria.
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Segundo líderes do setor, o cenário é diferente em comparação àquele de 4 anos atrás. Os motoristas hoje se sentem isolados e sem apoio de outros segmentos da economia. Além disso, foram criadas alternativas que podem compensar as perdas advindas com o aumento nos preços dos combustíveis.
Greve enfraquecida
O reajuste da tabela mínima do frete rodoviário pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) toda vez que o preço médio do diesel ultrapassar 10% nas bombas será uma das medidas adotadas para conter a alta nos preços. Porém, isso pode não ser suficiente.
Para compensar a perda, a previsão é de que o preço dos produtos vendidos nas prateleiras dos supermercados subam. “Quem vai pagar é o consumidor final, a cada produto que comprar no supermercado, porque o preço dos fretes vai subir”, declarou José Roberto Stringasci, presidente da Associação Nacional de Transporte do Brasil (ANTB) em entrevista ao Valor Econômico.
Para o líder, o contexto atual é bem diferente do de 2018. Segundo ele, quando houve a paralisação geral há quase 4 anos, o setor do agronegócio apoiou fortemente o movimento, pois havia o interesse no perdão de dívidas. Da mesma forma que as transportadoras buscavam seu próprio interesse político.”[…] Hoje, o autônomo está sozinho e não tem ninguém que consiga uni-los”, diz.
Fim da política de preços da Petrobras
Para solucionar essa questão, a ANTB declara que deve haver o fim da Paridade do Preço de Importação (PPI) por parte da Petrobras.
“A nosso ver, a solução passa pela Petrobras. É inadmissível que o governo trate a Petrobras como estão tratando. Somos autossuficientes e mandamos o nosso petróleo para fora para vir de volta pela paridade de preço internacional, com a única finalidade de dar lucro ao investidor na bolsa de valores”, afirma Carlos Alberto Litti Dahmer, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL).
Sem isso, segundo representantes da categoria, as medidas adotadas pelo governo não resolverão totalmente o problema, que tende a perdurar por mais tempo.