Os impactos da invasão da Ucrânia pela Rússia afetam não apenas os preços dos commodities minerais – como gás e petróleo – mas também dos agrícolas. E um dos produtos que mais devem subir após o início do conflito é o café. De acordo com previsões, ele pode se tornar artigo de luxo para muitas pessoas.
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Quem faz o alerta é o produtor Carlos Alberto Coutinho Filho. Segundo ele, a duração da guerra entre os países do Leste Europeu será crucial para determinar o preço do café no Brasil. Caso a situação lá fora permaneça instável, haverá uma redução na oferta dos produtos e uma consequente subida nos preços.
Crise dos fertilizantes
A razão é que os países que estão em conflito são grandes exportadores de fertilizantes à base de petróleo, o que dificulta na importação desses produtos pelo setor agrícola brasileiro. Em suma o resultado de tudo isso é o aumento nos preços, redução dos níveis de produtividade e da queda de oferta do café no mercado.
“(O solo) é muito ácido e pobre. É necessária uma reposição maior de nutrientes do que em outras regiões”, observou Coutinho Filho.
“O ciclo do café é anual no Brasil: começa em maio e termina em agosto. É um período que consome fertilizante. Mas o período que mais se utiliza é logo depois da colheita, que estará no limite do estoque. Vamos depender do futuro e das questões da guerra”, completou o especialista.
Portanto, com a crise dos fertilizantes, o destino do café acabará sendo o mesmo de outros produtos agrícolas, sob risco de ameaça a partir do mês de outubro. Vale lembrar que esse é o prazo fixado por especialistas e que define a duração do estoque do insumo disponível no país.
