Desde o fim do ano passado, quando o Auxílio Brasil entrou no lugar do Bolsa Família, o Ministério da Cidadania vem confirmando inclusões em massa no programa. Mas, ao invés de zerar a fila de espera como esperado, o número de cidadãos aguardando para entrar na folha de pagamento parece estar crescendo.
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Em junho, mais de 1,5 milhões de famílias começaram a fazer parte dessa fila, o dobro da quantidade registrada dois meses antes. Mais de 130,5 mil vivem nas principais capitais do país, Rio de Janeiro e São Paulo.
Segundo o diretor da FGV Social, Marcelo Neri, o movimento é explicado por dois motivos: o empobrecimento generalizado e o efeito da inflação na renda dos brasileiros. Além disso, o aumento de R$ 400 para R$ 600 mensais no valor da parcela atraiu bastante gente que ficou sem apoio financeiro após o encerramento do Auxílio Emergencial.
“Essa fila, no país e nas capitais, é resultado desse empobrecimento da população nos últimos dois anos. E também da oferta de um auxílio mais generoso, que chega a R$ 600”, explicou Neri.
Embora a taxa de desemprego tenha apresentado queda, o aumento no custo de vida causado pela inflação supera a recuperação do mercado de trabalho.
Empobrecimento
O último Mapa da Nova Pobreza divulgado pela FGV revela que a pobreza atingiu cerca de 29,6% da população total do país em 2021. No ano passado, 62,9 milhões de brasileiros passaram a viver com renda mensal per capita de até R$ 497, aproximadamente 9,6 milhões a mais do que em 2019.
Usando São Paulo como exemplo, o aumento da pobreza na capital foi de 5,2% no período citado, enquanto no estado a alta chegou a 4,54%. O índice de pobreza fechou o último ano em 17,9% no estado mais rico do país.